O monismo panteísta de Plotino é o que tem de mais peculiar o seu sistema. Este monismo panteísta opera, por sua vez, por emanação, isto é, por derivações, cujo resultado permanece imanente, sem se separar efetivamente. Desdobra o ser emanativamente em uma Trindade divina: - o Uno, - o Logos- a Alma do mundo. Finalmente, a Alma do mundo faz emanar as almas humanas individuais e a matéria. A conceituação de Plotino já tem analogia nos mitos caóticos das religiões. Estes mitos passam agora a ter uma sustentação filosófica, ainda que discutível, cujo resultado é uma progressiva racionalização. Conforme se adiantou, o trinitarismo não é nada mais que a introdução da processão trinitária nas unidades principais do sistema de Platão, - Idéias eternas, Demiurgo, Matéria eterna (mundo). Em Platão todas as três são eternas, sem serem inter-relacionadas. Agora uma procede da outra. No monismo panteísta de Plotino a processão se faz emanação. Ponderou que o pleno pode emanar por extravasão do superabundante, sem perder sua plenitude.
Os graus menores de perfeição, que se encontram ao nosso alcance, nos permitem, pelo retorno, ir ao conhecimento do pleno. Esta maneira de ver, pelo retorno à Idéia inicial, foi sempre peculiar ao platonismo e comanda seu argumento preferido da existência de Deus. O argumento foi colhido por Tomás de Aquino, que o arrolou como quarta via, a dos graus de perfeição. Estes se exigem sucessivamente até o grau máximo, chamado Deus. Na mundivisão de Plotino, ocorre uma emanação do pleno, como algo que se derrama, pela sua superabundância. E, à medida que se expande esta emanação, se constituem como decréscimo de ente, os sucessivos graus. O Ser é Uno, mas se desdobra em emanações decrescentes. O processo inicial das emanações se dá na forma de Trindade divina: Tò Hén (= O Uno); Logos (= A inteligência, ou O Verbo);
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