sábado, 30 de agosto de 2008

AÇÕES QUE PERMEIAM O PLANEJAMENTO

1. Ensino Médio

A escola pesquisada fica em um bairro de classe-média/alta na cidade de Campinas / SP.

A sistemática de planejamento vivenciada na escola é baseada em um planejamento feito no início do ano letivo e acompanhada através de reuniões (HTPC). Segundo a diretora da escola, o escopo das matérias é quase que totalmente executado, sendo que a abordagem chega a 94% do proposto no planejamento inicial.

Os documentos nos quais a escola se baseia para a construção de sua proposta pedagógica são: a LDB, atas de reuniões com pais e mestres e divulgação de tópicos de "vestibulinho" para cursos profissionalizantes.

o diagnóstico, a discussão, a elaboração e avaliação da proposta pedagógica iniciam-se com a coordenadora pedagógica, que verifica o cronograma e o andamento das aulas, acompanha o desenvolvimento das aulas e avalia mensalmente os rumos que os professores estão tomando. Segue com a corroboração da diretora e é discutida com os professores.

Os planos de ensino são feitos a partir dos professores e revisto pela coordenadora pedagógica. São feitos por disciplina, para cada série.

2. Cursos de Graduação

Os cursos de graduação foram pesquisados em uma faculdade destinada ao público de classe média/baixa na cidade de Campinas/SP.

A elaboração dos planos de ensino é baseada nas tendências de mercado, possuindo integrações vertical (uma seqüência de conteúdos entre as séries/ciclos) e horizontal (entre as disciplinas/áreas do currículo na mesma série). Por exemplo, no primeiro ano, há o início da matéria Cálculo (que se estende por mais dois anos, sequenciada) e em paralelo há disciplinas como Estrutura de Dados e Algoritmos (computação) que implementam os cálculos em sistemas computacionais.

As aulas têm sido planejadas a partir de um livro base, que norteia o conteúdo das disciplinas. O preparo das aulas envolve a utilização de multimídia (slides de apresentação), vídeos e demonstrações em sala dos principais programas abordados.

O trabalho planejado é avaliado através de pesquisas que o diretor passa em sala de aula. São avaliadas desde as estruturas físicas da faculdade (estacionamento, lanchonete, banheiros) até a condução das aulas. O cronograma e os conteúdos são avaliados através do planejamento feito no início do ano, situando semanalmente a matéria que deveria estar sendo ministrada.

As áreas de estudo têm abertura para elaborar propostas para a avaliação das aulas dadas, mas não foi observado nenhuma ação neste sentido.

Segundo nossas observações, a prática relatada pelos profissionais da escola pode ser transformada para melhor com a redução do número de alunos em sala de aula. Muitas turmas possuem um número excessivo de alunos (em torno de 60), o que dificulta qualquer atividade pedagógica que demande o acompanhamento pelo professor.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

USO DA MULTIMÍDIA NO ENSINO DE FILOSOFIA - Parte 06

5. Conclusão

A multimídia permite que as aulas sejam mais dinâmicas, mais concretas e mais interativas do que as aulas expositivas. O ensino da Filosofia nos ensinos médio e fundamental transmite aos alunos conceitos abstratos que poderiam ser facilmente absorvidos caso fossem utilizados recursos áudios-visuais nas aulas.

No ensino da Filosofia, pode ajudar na concretização dos conceitos abstratos e a visualização de episódios que geraram os marcos da história da Filosofia.

domingo, 17 de agosto de 2008

USO DA MULTIMÍDIA NO ENSINO DE FILOSOFIA - Parte 05

4.2 Lousa eletrônica

Um produto que já está sendo utilizado em algumas escolas do Brasil é a lousa eletrônica fornecida pela Luidia, eBeam Interactive, através da qual é possível interagir com o computador em uma superfície plana (como uma parede ou uma tela branca) fazendo uso de um dispositivo eletrônico de apontamentos. [EB]

sábado, 16 de agosto de 2008

USO DA MULTIMÍDIA NO ENSINO DE FILOSOFIA - Parte 04

4. Utilizações práticas

O uso da multimídia em aulas de Filosofia auxilia na visualização dos conceitos abstratos e permite que o usuário interaja com outros estudantes e professores.
Algumas ferramentas multimídia permitem a aproximação entre o educando e seu objeto de estudo, dentre as quais são destacadas a vídeo-conferência e a lousa eletrônica.

4.1 Vídeo Conferência
De acordo com [RB], esta ferramenta:
  • “Permite ‘em tempo real’ estabelecer contato visual entre os estudantes e o instrutor ou entre estudantes localizados em sítios remotos.
  • Suporta o uso de diversos meios de comunicação: lousa, documentos eletrônicos, escritos à mão e vídeos que podem ser incorporados na transmissão.
  • Permite a conexão com especialistas localizados em outras áreas geográficas.
  • Pode proporcionar acesso a estudantes com um impedimento físico.
  • Fornece um acesso adicional aos estudantes de sítios remotos.”

[RB] ainda tece algumas limitações quanto ao seu uso:
  • “Custos iniciais dos equipamentos, linhas de transmissão e suporte computacional podem ser altos.
  • Os Codec ainda são de fato incompatíveis. Embora os protocolos permitam as comunicações, essas só se realizam até certo grau.
  • Os estudantes remotos podem permanecer desvinculados do curso.
  • A falta de preparo dos vídeos, escritos e documentos; os estudantes podem perder um tempo valioso ao lê-los ou tentar entendê-los.
  • Se a transmissão tem inconvenientes os estudantes podem observar as imagem com fantasmas, mais ainda em tempo real.”

Por outro lado, a multimídia interativa, como método audiovisual, marca a virada no processo pedagógico, pois faz progredir os conceitos de interatividade, autonomia do estudante, interface interativa e uso de metáforas. [PM]

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

USO DA MULTIMÍDIA NO ENSINO DE FILOSOFIA - Parte 03

3. Didática Multimídia

Há um largo espectro de possibilidades e modos para o envolvimento do estudante no processo de aprendizagem. Hammond, citado por [IS] distingue três dimensões: controle, envolvimento e síntese.

3.1 Controle
Controle equivale ao escopo do aprendizado e a limitação de acesso aos recursos materiais e computacionais dos quais o estudante se utiliza. A liberdade de ação varia bastante, desde um esquema de controle passo a passo via instrução programada rígida, via procedimentos de programa ramificados, tours guiados com sequências fixas mas opcionais, até ferramentas de navegação (visão geral, mapas, índices) e completa liberdade para vagar à vontade no hiperespaço.

3.2 Envolvimento
Envolvimento se refere à extensão em que o estudante é envolvido no processo de aprendizagem. Em outras palavras, envolvimento significa em que grau o estudante deve processar o material ativamente em vez de fazê-lo passivamente. Talvez o estudante tenha que resolver problemas, executar experimentos de simulação, participar em jogos de aprendizagem competitivos, ou se ocupar de tarefas externas ao computador.

3.3 Síntese
Síntese se refere à natureza da atividade de aprendizagem. O estudante pode ter permissão apenas para ver apresentações preparadas, ou ele pode ser motivado à fazer anotações, ou podem lhe pedir que crie a própria apresentação usando o material de informação disponível de acordo com suas metas e idéias pessoais.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

USO DA MULTIMÍDIA NO ENSINO DE FILOSOFIA - Parte 02

2. Uso da Multimídia

Para [IS], “a didática de Multimedia é construído principalmente por duas formas de conhecimento:
  • Conhecimento científico de aprendizagem (psicologia, didática) e ciências relacionadas;
  • Conhecimento prático ou experiência de projeto eficiente baseado mais em ensinar e experiência prática de projeto do que em pesquisa científica formal.”

Atualmente, objetivos de aprendizagem são colocados mais freqüentemente no domínio de conhecimento de procedimentos (saber como) e de conhecimento contextual (saber por que, quando e onde) do que no até agora enfatizado domínio de conhecimento declarativo (saber que). Isso significa que a ênfase mudou de conhecimento de fatos para a aquisição de habilidades e estratégias cognitivas (Tennyson, citado por IS)

ESTÉTICA TRANSCENDENTAL DE KANT - Parte 05

Conclusão

O idealismo transcendental kantiano trouxe à Estética o domínio dos objetos que estão entre a razão e o intelecto.

A noção do belo é puramente subjetiva, não trazendo conhecimento sobre o que objeto provoca no sujeito. Já o sublime resulta em um contraste, retirando o espírito da esfera da sensibilidade.

Assim, o belo é carregado por um sentimento que atrai o sujeito e o sublime, que impõe respeito e medo.

O método para o estudo é feito através do tempo e do espaço, através dos quais e dentro do quais os fenômenos ocorrem.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

USO DA MULTIMÍDIA NO ENSINO DE FILOSOFIA - Parte 01

1. Multimídia e o ensino de Filosofia

O processo de aprendizagem vem se reformulando nos últimos anos com a penetração cada vez maior dos computadores e dos seus usuários. Escolas que mantêm as aulas de Filosofia no formato expositivo vêm reavaliando seus procedimentos didáticos face a utilização da multimídia e o aprendizado intermediado por computador.

Multimídia é o nome dado ao conjunto de possibilidades de produção e utilização integrada de todos os meios de expressão e da comunicação, como desenhos, esquemas, fotografias, filmes, animação, textos, gráficos, sons, tudo isso animado e coordenado por programas de computador, utilizando-se de todos os recursos disponíveis para a gravação e reprodução desses elementos. Mais recentemente, possibilitando a interação direta com os seus usuários e sua distribuição via ar ou cabo sem perda de qualidade [Pr].

A utilização da multimídia intermediada por computador em ambientes educacionais tem se tornado cada vez mais constante. Este recurso permite que o educando recupere informações armazenadas em bancos de dados rapidamente, resolva problemas complexos ou execute experiências por simulação, bem como interagir com outros usuários em tempo real, mesmo que distantes fisicamente. A facilidade em criar novas situações virtuais e interagir com ela leva os educandos a vivenciar conceitos abstratos.

ESTÉTICA TRANSCENDENTAL DE KANT - Parte 04

4. Método

Busca os princípios da sensibilidade a priori a fim de buscar a Estética Transcendental.

Manter a sensibilidade, ou seja, “a capacidade de obter representações mediante o modo como somos afetados por objetos”, isolada a fim de possibilitar a intuição empírica buscar a intuição pura (que a sensibilidade oferece a priori), sendo as formas pura de intuição o espaço e o tempo.

Ao objeto indeterminado de uma intuição empírica é dado o nome de fenômeno. Os fenômenos tem uma matéria e uma forma, aquela é descrita como o que no fenômeno corresponde à sensação e esta como a ordenação do múltiplo dos fenômenos em determinadas relações. Assim, a matéria de todos os fenômenos só pode ser dada a posteriori; o que não é o caso para a forma dos fenômenos que estão na mente a priori, e isso faz com que ela seja considerada sem a preocupação com as sensações.

4.1 Espaço

É a forma pura da intuição sensível uma vez que é um dado a priori. O espaço é a condição para que os fenômenos ocorram, não sendo possível pensar em nenhum objeto fora do espaço.

Pois a representação do espaço já tem estar subjacente para certas sensações se referirem a algo fora de mim, e igualmente para eu poder representá-las como fora de mim e uma ao lado da outra e por conseguinte não simplesmente como diferentes, mas como situadas em lugares diferentes. Logo, a representação do espaço não pode ser tomada emprestada, mediante a experiência, das relações do fenômeno externo, mas esta própria experiência externa é primeiramente possível só mediante referida representação”.

4.2 Tempo

É a outra forma de intuição sensível pura pois, para que algo seja dado à percepção é necessária sua sucessão.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

ESTÉTICA TRANSCENDENTAL DE KANT - Parte 03

3. Estética Transcendental

Entende, Kant, que a estética transcendental é a ciência de todos os princípios da sensibilidade a priori.

O intermediário entre a razão (que possui função prática) e o intelecto (cuja função está ligada aos fenômenos) é a atividade de criar juízos estéticos. Segundo [FI], “O juízo estético é uma intuição do inteligível no sensível, não uma intuição objetiva, mas subjetiva. Esse juízo não tem valor cognitivo, não proporciona nenhum conhecimento do objeto que provoca; não consiste num juízo sobre a perfeição do objeto e é válido independentemente dos conceitos e das sensações produzidas pelo objeto”.

Kant diferencia dois tipos de sensações: a representação da uma coisa lógica, ligada a u m objeto (aisthesis) e a sensação ligada aos sentimentos de prazer e desprazer, ligada ao sujeito (estética).

O juízo da faculdade do sentimento é reflexivo e não tem valor cognitivo pois independem do desejo. O prazer do belo é, então, puramente subjetivo, não trazendo conhecimento sobre o objeto que o provoca.[IM]

3.1 O Sublime
Este é um estado subjetivo que deve ser diferencia do belo. O sublime “resulta do livre jogo da fantasia e da razão: daí fundar-se não numa harmonia, mas num contraste; não no equilíbrio de uma forma finita, que supera toda forma particular. O juízo do sublime surge do sentimento, que, em correspondência com uma intuição leva o espírito a retirar-se da esfera da sensibilidade, na qual ameaça perder-se, para refugiar-se em uma ordem pura. Esta sua natureza faz com que o sublime, mais que o belo, elevando o espírito à esfera da razão, o encaminhe à consciência pura da moralidade.” [FI]

Diferenças entre o belo e o sublime: O primeiro inspira alegria e amor enquanto que o segundo, medo e respeito. Assim, o sublime será a verdadeira virtude e o belo é o que nos torna agradáveis e simpáticos para os outros.

E , por fim, Kant entende por intuição pura ou forma pura da sensibilidade aquela disposição que está na mente a priori; o a priori é aqui usado no sentido de inato, ou seja, como aquela estrutura que já nascemos com ela e desconhecemos sua origem.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

ESTÉTICA TRANSCENDENTAL DE KANT - Parte 02

2. Idealismo Transcendental

Kant conciliou o empirismo e o racionalismo, logo no início da Crítica da Razão pura: “Não pode haver dúvida que todo nosso conhecimento principia com a experiência (…) Mas embora todo ele comece com a experiência, não se segue que tudo nasça da experiência.”

A sensibilidade representa apenas representações e assim, temos acesso indireto ao mundo externo. Essas representações são a coisa-em-si, das quais não podemos ter conhecimento. Em Crítica da razão pura há a "A Refutação do Idealismo", de onde surge o seu idealismo transcendental (ou seja, preocupa-se mais com o modo como é feito o conhecimento dos objetos).
“as aparências devem ser consideradas como sendo, todas elas, apenas representações, não coisas-em-si, e que tempo e espaço são, por conseguinte, apenas formas sensíveis de nossa intuição, não determinações dadas como existindo por si mesmas, nem condições dos objetos vistos como coisas-em-si”.

O idealismo transcendental pressupõe uma distinção entre phenomena (aparências) e noumena (realidade inteligível).

2.1 Juízos

Na Crítica da razão pura são encontradas as distinções entre os juízos.

Juízos a priori e a posteriori: são noções epistemológicas para definição de um juizo. Entende-se por a priori como o juízo que independe de experiência; a posteriori é o que depende da experiência.

Juizos analíticos e sintéticos: juízo analítico é aquele em que o conceito do predicado está contido no sujeito. Se o predicado está fora do conceito do sujeito, o juízo é sintético.
Os juízos analíticos são a priori. Já os sintéticos podem ser a priori ou a posteriori

A exposição transcendental é a explicação de um conceito como o princípio a partir do qual se possa compreender a possibilidade de outros conhecimentos sintéticos a priori

domingo, 10 de agosto de 2008

ESTÉTICA TRANSCENDENTAL DE KANT - Parte 01

1. Kant

Immanuel Kant (1724 — 1804) é considerado um dos maiores filósofos da humanidade, sendo responsável pela síntese do Racionalismo e do Empirismo. Sua concepção sobre o transcendentalismo influenciou muitas áreas do conhecimento humano, dentre elas, a Estética.




Ilustração 1: Immanuel Kant


Até sua maturidade, passou a vida como professor universitário e raramente saiu de sua cidade natal na Prússia.

Lançou em 1781 a Crítica da Razão Pura no qual lançou suas bases para a argumentação transcendental. Dentre outras obras destacam-se a Crítica da Razão Prática e a Crítica do Julgamento.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Inteligência humana

O ser humano criou sua história neste planeta a partir do desenvolvimento da sua inteligência, o que lhe permitiu a descoberta de ferramentas, do fogo e das estratégias para utilizar os recursos da Natureza. Desde seu início uma marca constante de nossa raça foi a ousadia e busca pelo melhor.

A evolução das tecnologias e o crescimento exponencial da humanidade levou a demanda por novos espaços e mais riquezas, culminando com muitas guerras, escravizações de povos e lutas entre os impérios. Todas essas intervenções tiveram justificativas baseadas em teorias econômicas, religiosas e sociais. A mesma tecnologia que fora desenvolvida para auxiliar na expansão do entendimento da Natureza sofre aperfeiçoamentos para servir aos interesses bélicos.

A história que nos é entregue é o relato a partir da visão daqueles que venceram os combates e impuseram seus valores à cultura subjugada. Desta forma é necessário que o estudante atente ao fato de que muitas vezes temos uma história parcial e com mensagens subliminares em suas letras.

A justificativa expansionista dos povos levou à muitas distorções do entendimento da Natureza, a ponto de uma minoria dominante julgar quem tinha alma, quem era cidadão e os direitos e deveres de cada pessoa baseados em critérios discutíveis, tais como sexo, cor da pele ou local de nascimento. O que chama atenção é que estes valores foram acatados sem grandes contestações, como se fossem verdades reveladas. Tais nuances levaram à várias formas de se ver o homem durante sua história.

O homem foi visto ora como o centro do Universo, ora como um expectador das vontades da Natureza, ora como o ser criador de sua realidade. Cada pensamento teve espaço de acordo com a cultura do lugar e sua época. Inclusive o conjunto de leis que regem cada povoado ou país reflete os maiores valores dentro de sua sociedade. Nota-se um paradoxo atualmente, no qual temos os sistemas legais elegendo a vida humana como grande valor e simultaneamente temos a reificação das pessoas, ou seja, as pessoas são vistas a partir do ponto do que conseguiram obter do seu grupo em detrimento do que elas fornecem a este grupo. Esta dualidade é comumente analisada de forma fria e discute-se sobre o que é mais valorizado: ser ou ter.

A sociedade manifesta-se de forma clara destacando e pondo em evidência aqueles que contribuem significativamente para a mesma ou aqueles que ostentam muita riqueza ou beleza. Há um certo despreparo das pessoas que julgam-se excelentes porém somente obtém reconhecimento pelo que ostentam. Talvez seja um momento de reflexão, pois a colaboração com a sociedade é pouca, apesar do indivíduo achar que é muita. Assim, caberá a cada um posicionar-se frente a Vida e decidir se deseja ser julgado pelos outros, se deseja mudar sua realidade, se deseja conhecer-se melhor, acumular riquezas, enfim, torna-se evidente de que o indivíduo é responsável por si e somente a ele cabe a responsabilidade de mudar sua realidade ou não. Durante séculos houve a auto ilusão de que entes invisíveis ajudariam os mais fracos (como Deus, Estado, Governo, Sociedade, Sistema, Mercados, etc) mesmo que estes não fizessem sua parte. Porém, o que vimos é contrário; os trabalhos são feitos em pares: é preciso primeiro ajudar a si mesmo para depois estes entes ajudarem cada um.

Esta postura de auto-piedade e vitimismo criou (e ainda cria) disparidades e irracionalidades em todo o mundo chegando ao ponto de termos parte da população vivendo em extrema miséria e não aceitando a ajuda humana, pois a ajuda deve vir de Deus. Outra disparidade reside em dogmas religiosos que lidam com culpa sobre sexo, dinheiro e felicidades materiais, fazendo com que as pessoas entrem em conflitos internos que levam à doenças psicossomáticas, além de perpetuar o estado de aflição e falta de confiança em si mesmos, deixando que outras pessoas tomem as decisões que deveriam ser feitas por cada um. Este imbróglio afasta as pessoas da plena cidadania e as mantém em estado letárgico, servindo de alvo para campanhas eleitorais e devaneios sociológicos. Felizmente, este abuso terá fim quando as pessoas chegarem ao limite do que suportam, nem que leve gerações para isso. Neste ponto, cada qual terá a noção de que são responsáveis pela sua existência e farão o seu melhor para ajudar a si mesmo e seu local de habitação.

A reflexão sobre si mesmo foi deixada de lado durante muitos séculos e hoje em dia os olhos voltam-se para outros valores (alguns estudiosos atribuem essa nova visão à passagem da Era de Peixes para a Era de Aquário) e muitas pessoas têm se interessado pelo auto-conhecimento. Sócrates, filósofo grego, há 2.500 anos já predizia: “Conhece-te a ti mesmo”.

Neste momento de transição há muito questionamento sobre o que se é, o que se quer e o que é a Vida. Frases que foram incutidas por séculos nas mentes humanas estão sendo revistas e expurgadas, denotando um novo local para descobrimento e exploração do ser humano: si mesmo.

O passado é algo só existe em nossas memórias e o futuro ainda não aconteceu. O ponto de poder está no presente, neste ponto do espaço-tempo e podemos contar somente com duas certezas: a certeza da nossa morte e a certeza de que teremos que fazer escolhas. Para cada escolha, uma opção é tomada; para cada opção uma nova realidade é criada. E somos totalmente responsáveis por ela. Talvez leve um certo tempo para essas conscientização seja efetiva, mas ela já está ocorrendo. A paz, tão querida e cantada por todos será plena e verdadeira quando cada um entender a si mesmo, fizer por si e se amar incondicionalmente. Desta forma, a projeção que fazemos psiquicamente sobre o próximo revelará nossos próprios bons sentimentos e não haverá necessidade de guerras, brigas ou eterno acúmulo de riquezas. É necessário confiar no processo da Vida, fazer a parte que lhe cabe a abrir-se para a abundância do Universo. É chegada a hora de utilizar-se a inteligência que nos foi dada.