quinta-feira, 24 de julho de 2008

O MILAGRE NO PENSAMENTO DE BLAISE PASCAL - Parte 7

3. Conclusão

Pascal, desde sua infância, era conhecido pelo gênio indagador e lógico, exortando suas habilidades matemáticas e filosóficas. É o responsável por várias invenções e pensamentos que chegam até nós como fonte inspiradora para o concílio entre a fé e a razão.

Sua vida foi marcada pela forte influência religiosa e seus estudos dos milagres que ocorreram em sua vida permitiram a ele confrontar as idéias de Descartes. Para Blaise, algumas áreas do conhecimento não são conhecidas apenas pela dedução matemática.

Sua atividade matemática permitiu que houvesse cálculos de valores infinitos, demonstrando como algo pode ser absolutamente grande ou pequeno. Nestas comparações, o ser humano é grande perto do nada, e nada perto do infinito.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

O MILAGRE NO PENSAMENTO DE BLAISE PASCAL - Parte 6

2.2 Prova da fraqueza humana

Pascal fala sobre a fraqueza humana quando inicia a comparação de várias características de nossa espécie, como a duração da vida e o espaço que ocupa, com o infinito.
A comparação surte-lhe tal espanto que uma vida parece apenas a lembrança de uma pessoa que passou um dia hospedada (Memoria hospitis unius diei praetereuntis).

terça-feira, 22 de julho de 2008

O MILAGRE NO PENSAMENTO DE BLAISE PASCAL - Parte 5

2.1 Análise de Milagres

A vida de Pascal foi marcada pelos testemunhos de milagres e o forte sentimento católico. Estes fatos chocavam-se com os paradigmas do pensamento racional vigente.

Na verdade, Pascal foi decisivamente marcado por um acontecimento, que determinou a mudança de sua trajetória espiritual: o "milagre do Santo Espinho". O fato é narrado pela irmã de Pascal, Gilberte Périer: "Foi por esse tempo que aprouve a Deus curar minha filha de uma fístula lacrimal que a afligia havia três anos e meio. Essa fístula era maligna e os maiores cirurgiões de Paris consideravam incurável; e enfim Deus permitiu que ela se curasse tocando o Santo Espinho que existe em Port-Royal, e esse milagre foi atestado por vários cirurgiões e médicos, e reconhecido pelo juízo solene da Igreja". A cura de sua sobrinha e afilhada repercutiu profundamente em Pascal: "... ele ficou emocionado com o milagre porque nele Deus era glorificado e porque ocorria num tempo em que a fé da maioria era medíocre. A alegria que experimentou foi tão grande que se sentiu completamente penetrado por ela, e, como seu espírito ocupava-se de tudo com muita reflexão, esse milagre foi a ocasião para que nele se produzissem muitos pensamentos importantes sobre milagres em geral". [MF]
Outros milagres ainda culminaram com sua forte religiosidade.

Um dia, porém, na ponte de Neuilly, (Pascal) foi vítima de um acidente e começou a sofrer de alucinações, vendo aparecer sempre diante de si um abismo aberto para tragá-lo. Desde então, tornou-se profundamente religioso, renunciou a todos os seus conhecimentos e, passando a viver solitariamente, internado na abadia de Port-Royal, dedicou-se exclusivamente à defesa do cristianismo. [PP]

Diante destes fatos, restava cristalino para Pascal que há verdades que não podem ser atingidas apenas pela ciência e pelos modelos matemáticos. As verdades da alma são conhecidas pelo espírito e outro método, diferente do criado por Descartes, deveria ser utilizado para compreender os milagres.

As análises sobre o milagre são fundamentais no pensamento de Pascal, pois determinam o centro de todas as suas reflexões religiosas e filosóficas: a figura de Cristo, mediador entre o finito (as criaturas) e o infinito (Deus criador). Em função de Cristo, Pascal estabelece a verdadeira relação entre os dois Testamentos: o Antigo revelaria a justiça de Deus, perante a qual todos os homens seriam culpados pela transmissão do pecado original; o Novo revelaria a misericórdia de Deus, que o leva a descer entre os homens por intermédio de seu Filho, cujo sacrifício infunde a graça santificante no coração dos homens e os redime. A idéia central de Pascal sobre o problema religioso é, portanto, a de que sem Cristo o homem está no vício e na miséria; com Cristo, está na felicidade, na virtude e na luz. [MF]

A reflexão promovida por Blaise apresentou Cristo como mediador entre o homem e Deus para que se pudesse reparar a miséria do homem. Essa tentativa de harmonizar o finito com o infinito, faz de Pascal o filósofo do paradoxo. [GF]

segunda-feira, 21 de julho de 2008

O MILAGRE NO PENSAMENTO DE BLAISE PASCAL - Parte 4

2. Apologética

Em sua contemporaneidade, Pascal viveu em um momento no qual o mecanicismo e o racionalismo tornaram o mundo físico bastante frio e mecânico. Porém, ele constata a partir da dualidade humana espírito/matéria que nem tudo pode ser objeto da ciência. Para Pascal, se somos compostos de espírito e matéria, não podemos conhecer perfeitamente as coisas simples, espirituais ou corporais. [HM]

Ao método geométrico de Descartes (esprit de géometrie), Pascal opõe o método afetivo (esprit de finesse); às idéias claras e distintas, as idéias emocionantes; à precisão da razão, o entusiasmo do coração. (Mondin, 1981). Pascal ao falar sobre o coração na sentença: "O coração tem razões que a própria razão desconhece", não se refere exatamente aos sentimentos, mas sim a um tipo peculiar de inteligência. (Gomiero, 1998). O coração está na fonte dos conhecimentos humanos de maior valor, conhecimentos que a razão não pode compreender nem justificar: as verdades da moral, da religião e da filosofia. À razão pertencem os conhecimentos científicos. [HT]

domingo, 20 de julho de 2008

O MILAGRE NO PENSAMENTO DE BLAISE PASCAL - Parte 3

1.2 Influência Religiosa
A forte influência religiosa é detectada na vida de Blaise Pascal a partir de seus trinta anos, quando morava em Ruão e iniciou suas primeiras discussões a respeito da Bíblia, os dogmas católicos e da teologia em geral. Inicia-se a fase apologética de Pascal, quando ele se une aos jansenistas de Port-Royal. Este período de sua vida é marcado pela busca científica da natureza e da razão, o que resulta nas obras Memorial, Colóquios com o Senhor de Saci sobre Epíteto e Montaigne e as Províncias.

Ainda hoje ecoam expressões cuja origem retoma a vida e obra de Blaise Pascal;
A expressão grão de areia de Pascal encontra explicação na seguinte passagem desta obra:
"Cromwell teria destruído toda a cristandade, a família real se teria perdido e a sua se tornado poderosa como nunca, se não fosse um pequeno grão de areia que se introduzira em sua uretra. E até Roma teria tremido sob o seu domínio, se essa areiazinha, que não valia nada em outro lugar, introduzindo-se ali, não o tivesse morto, derrubando sua família e restabelecendo o rei."
Assim, Com aquela locução, se exprime a idéia de que pequenas causas podem acarretar grandes efeitos. [PP]

Blaise Pascal faleceu aos 39 anos, em 29 de agosto de 1662.

sábado, 19 de julho de 2008

O MILAGRE NO PENSAMENTO DE BLAISE PASCAL - Parte 2

1.1 Vida e obra de Pascal

Blaise Pascal nasceu em Clermont-Ferrand em 19 de junho de 1623, filho de Étienne Pascal e Antoinette Bégon. Desde muito jovem chamava a atenção tanto pelas respostas que dava a certas questões e pelas perguntas que fazia sobre a natureza das coisas. Seu pai era matemático e teve grande influência nos estudos de Pascal.

Completos dezesseis anos, escreveu o Tratado Sobre as Cônicas. Seu gênio matemático precoce concretizou-se aos seus dezenove anos, quando inventou uma máquina aritmética, que permitia que se fizessem operações sem lápis ou papel. Este foi o grande considerado um grande marco para a época, pois transformava a máquina em ciência. A construção da máquina foi bastante árdua e levou dois anos de intensos trabalhos para ser completada. A partir de então, houve o comprometimento de sua saúde, que se tornou bastante frágil. [PP]

A partir de 1952 passou a se interessar por problemas matemáticos relacionados aos jogos de dados. Suas pesquisas permitiram a formulação de um cálculo de probabilidades que foi denominado Aleae Geometria (Geometria do Acaso), o que gerou o comumente chamado Triângulo de Pascal (uma tabela numérica que, entre outras propriedades, permite calcular as combinações possível de m objetos agrupados n a n).

Escreveu ainda o Tratado sobre as Potências Numéricas, que aborda o início dos cálculos infinitesimais.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

O MILAGRE NO PENSAMENTO DE BLAISE PASCAL - Parte 1

1. Grande Racionalismo
O período conhecido como Grande Racionalismo clássico ocorreu entre os séculos XVII e XVIII e foi marcado algumas mudanças intelectuais. Há o surgimento do sujeito do conhecimento, ou seja, há a indagação sobre qual é a capacidade do intelecto humano para conhecer e demonstrar a verdade dos conhecimentos e inicio da reflexão sobre a capacidade humana de conhecer. Como é possível ao espírito conhecer o que é diferente dele?

Para os filósofos deste período, isso somente é possível através de sua transformação em um conceito, demonstrável e necessário, formulado pelo intelecto.
A concepção de realidade racional permitiu o advento da ciência clássica, através de relações de causa e efeito. O grande efeito desta postura foi a enorme capacidade de confiança nos poderes da razão humana. [CF]

Neste ínterim surge Blaise Pascal, renomado filósofo cujas obras e reflexões trazem à pauta as verdades que não podem ser deduzidas ou demonstradas apenas com os métodos matemáticos vigentes na época.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

A CONTRA-REFORMA - Parte 5

Conclusões

A contra-reforma foi o movimento católico que vigorou durante a transição entre os períodos Medieval e Moderno a fim de evitar o colapso do sistema religoso cristão. Face ao movimento protestante iniciado por Lutero, a Igreja decidiu firmar suas bases teológicas e adaptar-se ao novo momento histórico.

Durante o momento mais agudo desta transição havia os Tribunais da Santa Inquisição, nos quais filósofos e cientistas eram torturados e mortos pois estavam em desacordo com as linhas cristãs. O humanismo vigente era combatido violentamente com mortes em fogueira e a crianção da lista de obras (Index) proibidas para os cristãos.

Apenas recentemente, através do papa João Paulo II, tivemos a Igreja pedindo perdão pelos erros cometidos naquela época.

terça-feira, 8 de julho de 2008

A CONTRA-REFORMA - Parte 4

O Concílio de Trento

O Papa Paulo III reuniu os representantes máximos da igreja no Concílio de Trento (entre 1545 e 1563). Aqui é mostrada a face mais conservadora e radical da Contra-Reforma, na qual as sólidas bases do Cristianismo foram reafirmadas e expostas. A autoridade do papa é mantida, bem como o valor da tradição dos Santos Padres na interpretação da Bíblia.

Neste concílio também foi criada a Congregação do Santo Ofício que utiliza da Inquisição como instrumento para punir os hereges, além de reprimir e coibir as atividades protestantes ou humanísticas que ocorriam. Outro ponto importante foi a criação do Index Librorum Prohibitorum, mais conhecido como Índice, no qual constavam todas as obras condenadas pela Igreja.

Os avanços científicos e filosóficos eram geralmente censurados e muitas vezes postos à prova através de torturas e formas violentas para repelir qualquer manifestação contra a fé católica. Em [WS] encontra-se a história a respeito da Inquisição em Portugal e na Espanha.

Muitos que mantiveram suas posturas filosóficas e científicas foram torturados e mortos (muitas vezes queimados vivos na fogueira) como Giordano Bruno; outros pensadores, como Galileu, Savonarola, Bruno, Lutero e Erasmo não tiveram o mesmo fim. Roma pôs a obra de Copérnico no Index em 1616 - até que seja corrigida. Galileu, que a retoma, é também ele condenado em 1633.
E, contudo, ela move-se, exclama ele quando do seu processo. Ser-lhe-á fixada residência até ao fim da vida, e hão-de passar três séculos até que seja reabilitado pelo Vaticano. Também próximo das teses de Copérnico, acusado de magia, o filósofo panteísta Giordano Bruno morre na fogueira em Roma, em 1600. Antes dele, ainda em 1533, Michel Servet, teólogo espanhol suspeito de negar o dogma da Santíssima Trindade, morrerá igualmente na fogueira, condenado não por Roma, mas pelo austero magistério calvinista de Genebra.[GB]

Segundo [WS], "A Inquisição foi extinta gradualmente ao longo do século XVIII, embora só em 1821 se dê a extinção formal em Portugal numa sessão das Cortes Gerais. Porém, para alguns estudiosos, a essência da Inquisição original, permaneceu na Igreja Católica através de uma nova congregação: A Congregação para a Doutrina da Fé.

O Papa João Paulo II pediu perdão pelos abusos dos filhos da Igreja que foram algumas vezes cometidos durante os julgamentos da Inquisição. Reconheceu também que é difícil ao homem moderno entender os motivos que levaram a Inquisição a ser necessária para a sua época.¨

segunda-feira, 7 de julho de 2008

[Livros]: DISCURSO DO MÉTODO - RENÉ DESCARTES - Parte 06

Sexta Parte

Descartes fala sobre sua experiência em tentar publicar o tratado que precedeu esta obra e sua dificuldade em materializá-la.

Critica também a filosofia especulativa que se ensina nas escolas, pois seria possível encontrar outras práticas ao e conhecer o fogo, a água, o ar, os astros, os céus e os outros corpos que nos cercam. Seu caminho do “penso, logo existo”, ia de encontro ao que era ensinado nos locais de transmissão de conhecimento. “(...) repassando meu espírito sobre todos os objetos que alguma vez se ofereceram aos meus sentidos, atrevo-me a dizer que não observei nenhum que eu não pudesse explicar muito comodamente por meio dos princípios que encontrara.” (pág. 36)

A CONTRA-REFORMA - Parte 3

Companhia de Jesus

Ignácio de Loyola funda a Companhia de Jesus, que passa a ministrar a formação religiosa e teológica dos fiéis que ingressam nesta ordem, cuja missão foi pregar a palavra de Cristo pelo mundo. Há relatos da pregação por toda a Europa, no Japão e nas colônias portuguesas e espanholas. Aqui no Brasil, os jesuítas catequizaram os índios.

O grande princípio dos jesuítas era "Ad Majorem Dei Gloriam" (tudo por uma maior glória de Deus).[CJ]

Segundo ainda [CJ], "Os jesuítas estão presentes, desde a primeira hora, nos novos mundos que se abrem à atividade missionária da época. São Francisco Xavier percorre a Índia, Indonésia, Japão e chega às portas da China; João Nunes Barreto e Andrés de Oviedo empreendem a fracassada missão da Etiópia; Padre Manoel da Nóbrega e Beato José de Anchieta ajudam a fundar as primeiras cidades do Brasil (Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro)."
As Confrarias e Congregações

Consistiam no convívio entre os padres e os leigos de forma homogênea através do qual existia uma vida religiosa em comum, aproximando as pessoas do dia-a-dia cristão.

domingo, 6 de julho de 2008

A CONTRA-REFORMA - Parte 2

A Contra Reforma

A inovação e a adaptação aos novos tempos marcaram a resposta da Igreja Católica face ao Protestantismo. Foram reafirmados os aspectos básicos do catolicismo, tais como:
  • A visão escolástica da supremacia do Papa e o respeito pelo hierarquia da Igreja;
  • Interpretação da Bíblia privativa dos doutores baseada na tradição
  • Ritos celebrados em latim;
  • A doutrina da presença de Cristo na Eucaristia;
  • Celibato sacerdotal;• Culto aos santos
  • Veneração de Maria como mãe de Deus;
  • Contrariedade à teoria luterana do "servo arbítrio" e a defesa do lívre arbítrio do homem.

Outras medidas foram tomadas para recuperar o abalo ocorrido pelo cisma católico, como a Companhia de Jeus, as Confrarias e Congregações e O Concílio de Trento.

[Livros]: DISCURSO DO MÉTODO - RENÉ DESCARTES - Parte 05

Quinta Parte

Esta parte inicia-se com a convicção de que os sábios poderiam criticar esta foram de pensamento. Um repasse sobre o fino do caminho da dúvida é repassado. Através da analogia biológica entre o sistema circulatório humano muito é acrescentado para a justificativa da existência da alma e da nossa diferenciação em relação aos animais.
“Afinal de contas, eu me estendi um pouco aqui sobre o tema da alma por ele ser um dos mais importantes; pois, após o erro dos que negam Deus, que penso haver refutado suficientemente mais acima, não existe outro que desvie mais os
espíritos fracos do caminho reto da virtude do que imaginar que a alma dos animais seja da mesma natureza que a nossa, e que, portanto, nada temos a recear, nem a esperar, depois dessa vida, não mais do que as moscas e as formigas;” (pág. 33)

sábado, 5 de julho de 2008

A CONTRA-REFORMA - Parte 1

Introdução
A filosofia moderna é marcada pelo grande humanismo e a revitalização do pensamento racional, acompanhados pela consolidação dos estados nacionais. O novo pensamento, com o ser humano no centro deste universo, trouxe a racionalização da ciência e a investigação dos fenômenos da Natureza, sendo questionados os dogmas do período medieval. O rompimento com o sistema feudal tornou propício o avanço do pensamento político e socia. Segundo [EF], ¨a dicotomia básica entre práxis e ética, exemplificada pela oposição entre Nicolau Maquiavel, defensor da primazia da razão de estado, e Thomas More, cujo universalismo ético viu na virtude a base do "estado ótimo", prolongou-se no século XVII em Hugo Grotius, criador do direito natural, e Thomas Hobbes, que justificou o absolutismo como garantia única da ordem social. A difícil conciliação entre necessidade política e lei moral constituiu desde o Renascimento uma questão central na teoria política."

O campo religioso foi perdendo seu espaço no pensamento moderno, principalmente aquele relacionado à teologia cristã. Críticos como Erasmo de Roterdã, autor de Elogios à Loucura e Martinho Lutero, autor das 95 Teses, expuseram a necessidade da reforma da Igreja Católica, até então viciada com o pagamento de indulgências, crimes, fornicações, bebedeiras, jogo pelo clero. Nesta esteira, outros descontentes romperam com a Igreja, fundando uma série de vertente religiosas conhecida como a Reforma Protestante. Henrique VIII, Ulrich Zwinglio, João Calvino e John Wesley são alguns dos nomes mais importantes deste movimento.

A resposta da Igreja a fim de minimizar esta fratura em seus alicerces é conhecida como Contra-Reforma

[Livros]: DISCURSO DO MÉTODO - RENÉ DESCARTES - Parte 04

Quarta Parte

Descartes inicia esta parte dizendo de sua pesquisa da verdade, rejeitando como totalmente falso tudo aquelo que pudesse supor a menor dúvida com o intuito de ver se, depois disso, não restaria algo em seu crédito que fosse completamente incontestável. Porém, logo em seguida, percebi que, ao mesmo tempo que eu queria pensar que tudo era falso, fazia-se necessário que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, ao notar que esta verdade: eu penso, logo existo, era tão sólida e tão correta que as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam capazes de lhe causar abalo, julguei que podia considerá-la, sem escrúpulo algum, o primeiro princípio da filosofia que eu procurava.” (pág. 19)

Observando ao se redor, Descartes observava as coisas que estavam fora dele, como o céu, a Terra, a luz, etc, não tendo dificuldade em verificar de onde viam e que poderia julgar como verdadeiros. Não eram dependentes de sua natureza e assim, ele os formulava a partir do nada. Mas isto é evidentemente impossível, de maneira que tudo isso tenha sido posto nele por um ser mais perfeito do que o dele. Este ser é Deus. Nossas idéias e noções são evidentes e distintas, são verdadeiras pois provêm de Deus.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

[Livros]: DISCURSO DO MÉTODO - RENÉ DESCARTES - Parte 03

Terceira Parte

São anunciadas as máximas de uma moral provisória que Descartes concebeu.

1.) Obedecer às leias e aos costumes do meu país, mantendo-se na religião que lhe foi imputada a partir de sua infância.

2.) Ser o mais firme e decidido em suas ações. Libertar-se de todos os arrependimentos e remorsos que costumam agitar as consciências desses espíritos fracos e hesitantes que se deixam levar a praticar, como boas, as coisas que em seguida consideram más.

3.) Procurar sempre antes vencer a si mesmo do que ao destino, e antes modificar os seus desejos do que a ordem do mundo; e, em geral, a de habituar-se a acreditar que nada existe que esteja completamente em nosso poder, salvo os nossos pensamentos.

Decide, então, Descartes, passar a existência cultivando sua própria razão, progredindo ao máximo que pudesse no conhecimento da verdade, de acordo com seu método criado.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

DISCURSO DO MÉTODO - RENÉ DESCARTES - Parte 02

Segunda Parte

Descartes encontra-se na Alemanha, atraído pelas guerras e tendo tempo para passar o dia fechado, sozinho, em um quarto. Ele conclui que as leis, criadas por um único homem, tendiam todas ao mesmo fim. Analogamente a ciência foi criada não por um homem, mas por muitos, que baseiam-se nas opiniões anteriores. “E acreditei com firmeza em que, por este meio, conseguiria conduzir minha vida muito melhor do que se a construísse apenas sobre velhos alicerces e me apoiasse tão-somente sobre princípios a respeito dos quais me deixara convencer em minha juventude, sem ter nunca analisado se eram verdadeiros.” (pag. 08)

O estabelecimento de método universal é formado com as regras a seguir:

1.) Não admitir nada como verdadeiro a menos que a reconheço como tal, evitando toda e qualquer precipitação ou preconceito.

2.) Dividir cada dificuldade em tantas parcelas possíveis, menores, a fim de melhor solucioná-las.

3.) Iniciar pelos objetos mais simples e ir ascendendo até os mais complexos.

4.) Efetuar em toda parte relações métodicas completas e revisões tão gerais que se tivesse certeza de nada omitir.

O que mais satisfaz Descartes neste método é o fato de que ele poderia usar sua razão da melhor forma que pudesse.

[Livros]: DISCURSO DO MÉTODO - RENÉ DESCARTES - Parte 01

René Descartes (1596/1650) foi filósofo, físico e matemático francês, buscando sempre o rigor matemático e notabillizando-se pelo trabalho na filosofia e na ciência.Também conhecido como fundador da filosofia moderna é considerado como um dos maiores expoentes do pensamento ocidental.

Primeira Parte

Inicia-se com a afirmação de que “inexiste no mundo coisa mais bem distribuída que o bom senso,visto que cada indivíduo acredita ser tão bem provido dele que mesmo os mais difíceis de satisfazer em qualquer outro aspecto não costumam desejar possuí-lo mais do que já possuem”.
Entretanto as maiores almas também possuem grandes vícios e grandes virtudes, sendo então insuficiente ter o espírito bom. Mesmo com grande carga de estudos e viagens, muitas dúvidas ainda estão presentes no pensamento de Descartes. Porém, a certeza e as evidências proporcionadas pela matemática são um deleite para ele.

O melhor resultado para a obtenção de resultados foi a decisão de estudar a si mesmo e de empregar todas as forças de meu espírito na escolha dos caminhos que iria seguir. “Isso, a meu ver, trouxe-me muito melhor resultado do que se nunca tivesse me distanciado de meu país e de meus livros”. (pag. 06)