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quinta-feira, 20 de março de 2008

[Livros]: O PRÍNCIPE - MAQUIAVEL - Parte 04

Os quatro capítulos seguintes (O que convém a um príncipe para ser estimado, Dos secretários que os príncipes têm junto de si, Como se afastam os aduladores e . Por que os príncipes da Itália perderam seus estados) abordam temas em comum, mostrando a forma como o governante deve se portar em relação às pessoas mais próximas de si.

O Capítulo XXV, “De quanto pode a fortuna nas coisas humanas e de que modo se lhe deva resistir”mostra através de exemplos, concluindo com a célebre frase “A sorte, porém, como mulher, sempre é amiga dos jovens, porque são menos cautelosos, mais afoitos e com maior audácia a dominam.”

O último capítulo, “Exortação para procurar tomar a Itália e libertá-la das mãos dos bárbaros”, é a conclusão da obra, baseada nas exposições feitas durante a obra.

“para se conhecer a virtude de Moisés foi necessário que o povo de Israel estivesse escravizado no Egito, para conhecer a grandeza do ânimo de Ciro, que os persas fossem oprimidos pelos medas, e o valor de Teseu, que os atenienses estivessem dispersos, também no presente, querendo conhecer a virtude de um espírito italiano, seria necessário que a Itália se reduzisse ao ponto em que se encontra no momento, que ela fosse
mais escravizada do que os hebreus, mais oprimida do que os persas, mais desunida do que os atenienses, sem chefe, sem ordem, batida, espoliada, lacerada, invadida, e tivesse suportado ruína de toda sorte.”

Esse é o ponto de motivação para o inicio da reação italiana, fechando com o seguinte verso:

Virtude contra Furor
Tomará Armas; e Faça o Combater Curto
Que o Antigo Valor
Nos Itálicos Corações Ainda não é Morto.

quarta-feira, 19 de março de 2008

[Livros]: O PRÍNCIPE - MAQUIAVEL - Parte 03

Os cinco capítulos seguintes abordam a conduta do príncipe, através dos seguintes temas:

1 Daquelas coisas pelas quais os homens, e especialmente os príncipes, são louvados ou vituperados;
2 Da liberalidade e da parcimônia;
3 Da crueldade e da piedade; se é melhor ser amado que temido, ou antes temido que amado;
4 De que modo os príncipes devem manter a fé da palavra dada;
5 De como se deva evitar o ser desprezado e odiado.

Este trecho é marcado por grandes conclusões que até hoje em dia são ministradas em cursos sobre liderança empresarial. A máxima “é melhor ser temido do que ser amado”
pag 28

Em especial o capítulo sobre evitar ser desprezado e odiado, comum àquele que tentam impor-se pelo medo. Nele Maquiavel alerta que o governante deve evitar ser o rapace o usurpador de bens e das mulheres dos súditos. “Desprezível o torna ser considerado volúvel, leviano, efeminado, pusilânime, irresoluto, do que um príncipe deve guardar-se como de um escolho, empenhando-se para que nas suas ações se reconheça grandeza, coragem, gravidade e fortaleza; com relação às ações privadas dos súditos, deve querer que a sua sentença seja irrevogável; deve manter-se em tal conceito que ninguém possa pensar em enganá-lo ou traí-lo.” (pag. 33)

O Capítulo XX trata sobre o seguinte aspecto: “Se as fortalezas e muitas outras coisas que a cada dia são feitas pelos príncipes são úteis ou não”. Desarmar os súditos não é bom, ao contrário de armá-los, uma vez que estas armas passam a ser suas, tornando-os fiéis. Alguns exemplos são citados e outras frases são encontradas, tais como a seguinte: “O príncipe que tiver mais temor de seu povo do que dos estrangeiros, deve construir as fortalezas; mas aquele que sentir mais medo dos estrangeiros que de seu povo, deve abandoná-las.”

terça-feira, 18 de março de 2008

[Livros]: O PRÍNCIPE - MAQUIAVEL - Parte 02

O Capítulo IX aborda o principado civil e a necessidade de muita virtude ou muita fortuna, mais precisamente, uma astúcia afortunada, pois o povo não quer ser mandado e sequer oprimido pelos poderosos. Assim, três efeitos devem ser considerados: ou principado, ou liberdade ou desordem. A melhor forma é chegar ao principado com o favor popular, pois não haverá ninguém (ou, quem sabe, poucos) que não esteja preparado para obedecer.

A força dos principados é analisada no capítulo X. A Alemanha é abordada no seguinte trecho:

As cidades da Alemanha gozam de grande liberdade, têm pouco território e obedecem ao imperador quando assim querem, não temendo nem a este nem a outro poderoso que lhes esteja ao derredor porque são de tal forma fortificadas que todos pensam dever ser enfadonha e difícil sua expugnação. Na verdade, todas têm fossos e muros adequados, possuem artilharia suficiente, conservam sempre nos armazéns públicos o necessário para beber, comer e arder por um ano; além disso, para manter a plebe alimentada sem prejuízo do povo, têm sempre, em comum, por um ano, meios para lhe dar trabalho naquelas atividades que sejam o nervo e a vida daquelas cidades e das indústrias das quais a plebe se alimente. Têm em grande conceito os exercícios militares, a respeito dos quais têm muitas leis de regulamentação.
(págs 20/21)

O último tipo de principado é visto no Capítulo XI (Dos principados eclesiásticos). São aqueles sustentados pelas ordens religiosas e que possuem características bem marcantes:

Só estes possuem Estados e não os defendem; súditos, e não os governam; os Estados, por serem indefesos, não lhes são tomados; os súditos, por não serem governados, não se preocupam, não pensam e nem podem separar-se deles. Somente estes principados, pois, são seguros e felizes.
(pág. 21)

Os três capítulos seguintes (De quantas espécies são as milícias, e dos soldados mercenários, Dos soldados auxiliares, mistos e próprios e O que compete a um príncipe acerca da milícia(tropa) abordam a questão militar em relação ao príncipe. Notadamente é um fator de grande importância para a obtenção e manutenção da ordem dentro dos principados, sendo princípios fundamentais para os Estados “as boas leis e as boas armas”.

segunda-feira, 17 de março de 2008

[Livros]: O PRÍNCIPE - MAQUIAVEL - Parte 01

Esta obra foi escrita como um guia político para Lourenço de Médice. Este trabalho, porém, serviu como base para a ética de manutenção do poder vigente e é encontrada até hoje nos discursos de autoridades ao redor do mundo, justificando muitas decisões políticas.

O livro está dividido em 26 capítulos cujos títulos sintetizam muito bem o escopo de cada lição.

O desenvolvimento de suas idéias começam no Capítulo I que define de quantas espécies são os principados e de que modos se adquirem seguido pelos principados hereditários e dos principados mistos. Segundo Maquiavel, este último é o mais difícil de ser conquistado,
pois o novo príncipe precisa ofender os novos súditos com seus soldados, não podendo mais manter como amigos os que o puseram ali. Algo parecido ocorre quando se conquistam territórios com língua, costumes e leis diferentes, sendo necessária muita habilidade para esta façanha. Seguem alguns exemplos sobre essas conquistas, tais como Luis, Carlos (França), Papa Alexandre, César Borgia, Dario, dentre outros

O capítulo IV (Por que o reino de Dario, ocupado por Alexandre, não se rebelou contra seus sucessores após a morte deste), mostra a importância de se manter a memória dos principados.

Capítulo V. De que modo se devam governar as cidades ou principados que, antes de serem ocupados, viviam com as suas próprias leis aborda as três formas de governo: através de sua ruína, habitando-o pessoalmente ou apenas cobrando-lhes tributo, criando aos poucos um governo.

Os três capítulos seguintes (Dos principados novos que se conquistam com as armas próprias e virtuosamente, Dos principados novos que se conquistam com as armas e fortuna dos outros e Dos que chegaram ao principado por meio de crimes) abordam o confronto entre os governos, sejam em nível unitário (crime simples) ou massivo (guerras mais longas). Grandes “príncipes” dotados de virtuosidade são citados, tais como Moisés, Ciro, Rômulo e Teseu. Francisco Sforza e César Bórgia são citados como príncipes que atingiram este status através da virtude ou da fortuna. Alexandre é citado nestas passagens com grande veemência, como mostra o trecho a seguir.

Mas, quanto às futuras, ele tinha a temer, inicialmente, que um novo sucessor ao governo da Igreja não fosse seu amigo e procurasse tomar-lhe aquilo que Alexandre lhe dera; e pensou proceder por quatro modos: primeiro, extinguir as famílias daqueles senhores que ele tinha espoliado, para tolher ao Papa aquela oportunidade; segundo, conquistar todos os gentis-homens de Roma, como foi dito, para poder com eles manter o Papa tolhido; terceiro, tornar o Colégio mais seu o quanto possível; quarto, conquistar tanto poder antes que o pai morresse, que pudesse por si mesmo resistir a um primeiro impacto. Destas quatro coisas, à morte de Alexandre ele havia realizado três, estando a quarta quase terminada: porque dos senhores despojados ele matou quantos pode alcançar e pouquíssimos se salvaram; tinha conseguido o apoio dos gentis-homens romanos e no Colégio possuía mui grande parte; e, quanto à nova conquista, resolvera tornar-se senhor da Toscana, possuía já Perúgia e Piombino e havia tomado a proteção de Pisa.
(pág. 15)