Esta obra foi escrita como um guia político para Lourenço de Médice. Este trabalho, porém, serviu como base para a ética de manutenção do poder vigente e é encontrada até hoje nos discursos de autoridades ao redor do mundo, justificando muitas decisões políticas.
O livro está dividido em 26 capítulos cujos títulos sintetizam muito bem o escopo de cada lição.
O desenvolvimento de suas idéias começam no Capítulo I que define de quantas espécies são os principados e de que modos se adquirem seguido pelos principados hereditários e dos principados mistos. Segundo Maquiavel, este último é o mais difícil de ser conquistado,
pois o novo príncipe precisa ofender os novos súditos com seus soldados, não podendo mais manter como amigos os que o puseram ali. Algo parecido ocorre quando se conquistam territórios com língua, costumes e leis diferentes, sendo necessária muita habilidade para esta façanha. Seguem alguns exemplos sobre essas conquistas, tais como Luis, Carlos (França), Papa Alexandre, César Borgia, Dario, dentre outros
O capítulo IV (Por que o reino de Dario, ocupado por Alexandre, não se rebelou contra seus sucessores após a morte deste), mostra a importância de se manter a memória dos principados.
Capítulo V. De que modo se devam governar as cidades ou principados que, antes de serem ocupados, viviam com as suas próprias leis aborda as três formas de governo: através de sua ruína, habitando-o pessoalmente ou apenas cobrando-lhes tributo, criando aos poucos um governo.
Os três capítulos seguintes (Dos principados novos que se conquistam com as armas próprias e virtuosamente, Dos principados novos que se conquistam com as armas e fortuna dos outros e Dos que chegaram ao principado por meio de crimes) abordam o confronto entre os governos, sejam em nível unitário (crime simples) ou massivo (guerras mais longas). Grandes “príncipes” dotados de virtuosidade são citados, tais como Moisés, Ciro, Rômulo e Teseu. Francisco Sforza e César Bórgia são citados como príncipes que atingiram este status através da virtude ou da fortuna. Alexandre é citado nestas passagens com grande veemência, como mostra o trecho a seguir.
Mas, quanto às futuras, ele tinha a temer, inicialmente, que um novo sucessor ao governo da Igreja não fosse seu amigo e procurasse tomar-lhe aquilo que Alexandre lhe dera; e pensou proceder por quatro modos: primeiro, extinguir as famílias daqueles senhores que ele tinha espoliado, para tolher ao Papa aquela oportunidade; segundo, conquistar todos os gentis-homens de Roma, como foi dito, para poder com eles manter o Papa tolhido; terceiro, tornar o Colégio mais seu o quanto possível; quarto, conquistar tanto poder antes que o pai morresse, que pudesse por si mesmo resistir a um primeiro impacto. Destas quatro coisas, à morte de Alexandre ele havia realizado três, estando a quarta quase terminada: porque dos senhores despojados ele matou quantos pode alcançar e pouquíssimos se salvaram; tinha conseguido o apoio dos gentis-homens romanos e no Colégio possuía mui grande parte; e, quanto à nova conquista, resolvera tornar-se senhor da Toscana, possuía já Perúgia e Piombino e havia tomado a proteção de Pisa.
(pág. 15)
O livro está dividido em 26 capítulos cujos títulos sintetizam muito bem o escopo de cada lição.
O desenvolvimento de suas idéias começam no Capítulo I que define de quantas espécies são os principados e de que modos se adquirem seguido pelos principados hereditários e dos principados mistos. Segundo Maquiavel, este último é o mais difícil de ser conquistado,
pois o novo príncipe precisa ofender os novos súditos com seus soldados, não podendo mais manter como amigos os que o puseram ali. Algo parecido ocorre quando se conquistam territórios com língua, costumes e leis diferentes, sendo necessária muita habilidade para esta façanha. Seguem alguns exemplos sobre essas conquistas, tais como Luis, Carlos (França), Papa Alexandre, César Borgia, Dario, dentre outros
O capítulo IV (Por que o reino de Dario, ocupado por Alexandre, não se rebelou contra seus sucessores após a morte deste), mostra a importância de se manter a memória dos principados.
Capítulo V. De que modo se devam governar as cidades ou principados que, antes de serem ocupados, viviam com as suas próprias leis aborda as três formas de governo: através de sua ruína, habitando-o pessoalmente ou apenas cobrando-lhes tributo, criando aos poucos um governo.
Os três capítulos seguintes (Dos principados novos que se conquistam com as armas próprias e virtuosamente, Dos principados novos que se conquistam com as armas e fortuna dos outros e Dos que chegaram ao principado por meio de crimes) abordam o confronto entre os governos, sejam em nível unitário (crime simples) ou massivo (guerras mais longas). Grandes “príncipes” dotados de virtuosidade são citados, tais como Moisés, Ciro, Rômulo e Teseu. Francisco Sforza e César Bórgia são citados como príncipes que atingiram este status através da virtude ou da fortuna. Alexandre é citado nestas passagens com grande veemência, como mostra o trecho a seguir.
Mas, quanto às futuras, ele tinha a temer, inicialmente, que um novo sucessor ao governo da Igreja não fosse seu amigo e procurasse tomar-lhe aquilo que Alexandre lhe dera; e pensou proceder por quatro modos: primeiro, extinguir as famílias daqueles senhores que ele tinha espoliado, para tolher ao Papa aquela oportunidade; segundo, conquistar todos os gentis-homens de Roma, como foi dito, para poder com eles manter o Papa tolhido; terceiro, tornar o Colégio mais seu o quanto possível; quarto, conquistar tanto poder antes que o pai morresse, que pudesse por si mesmo resistir a um primeiro impacto. Destas quatro coisas, à morte de Alexandre ele havia realizado três, estando a quarta quase terminada: porque dos senhores despojados ele matou quantos pode alcançar e pouquíssimos se salvaram; tinha conseguido o apoio dos gentis-homens romanos e no Colégio possuía mui grande parte; e, quanto à nova conquista, resolvera tornar-se senhor da Toscana, possuía já Perúgia e Piombino e havia tomado a proteção de Pisa.
(pág. 15)
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