Introdução
A pessoa humana pode ser estudada em suas mais diversas dimensões. Tudo no que se verifica uma influência humana é objeto para estudiosos e com isso temos a cada dia novas descobertas sobre o que somos, nossa trajetória, o que queremos, para onde vamos e como nos relacionamos com tudo e todos que nos cerca. Neste último aspecto dissolvemos a individualidade de cada um e passamos a nos referir a uma sociedade, que por sua vez, representa a pessoa média que a compõe. A partir disso é comum a comparação entre um indivíduo e a sociedade a fim de nortear as verdades da época.
Atualmente temos uma gama de informações gigantesca que permite a veiculação instantânea de opiniões, fatos e relatos que ocorrem em qualquer parte do mundo. Uma das alcunhas dadas à nossa sociedade atual é de “Sociedade da Informação”, na qual foi aprimorado o nível das telecomunicações, principalmente durante a Guerra Fria (1945-1989). Neste período houve o desenvolvimento das redes de computadores em velocidade alta, que mais tarde seriam comercializadas com o nome de Internet.
Outras mudanças de paradigma são encontradas principalmente durante o final do século XIX e todo o século XX, muitas das quais têm seus reflexos sentidos até hoje: o fim do sistema de produção escravagista, a urbanização das cidades, o aumento da população mundial, a mudança do papel da mulher na sociedade, a consciência ecológica e a globalização econômica, apenas para citar alguns exemplos. Some-se a estes fatos suas conseqüências, tais como a favelização das periferias das cidades, o surto de miséria e fome em muitas partes do globo, a deteriorização de valores como família e casamento, intolerância religiosa, aumento de violência urbana e expansão de capital especulativo em qualquer parte do mundo. Em contrapartida, o avanço tecnológico foi assombroso, trazendo melhorias na medicina, economia, astronomia, física, química e tantas outras ciências.
Diante deste quadro, que por sua alta velocidade tende a ser alterado antes que consigamos entendê-lo, muitas dúvidas e incertezas vêm ao pensamento das pessoas. Algumas se apegam aos vícios, outras às religiões, outras tentam acompanhar as mudanças, outras participam das mudanças e temos um cenário que contempla uma diversificação de interesses muito grande. Desta forma os regimes democráticos e capitalistas têm se sobressaído e são adotados na maioria dos países do mundo. Por outro lado acompanhamos ações ditatoriais de intervenção militar e religiões extremistas que polarizam a disputa pela hegemonia global.
Religiões mundiais
Neste ínterim a Antropologia Teológica surge a fim de questionar e refletir sobre o âmbito religioso das pessoas. É muito comum ouvir-se a afirmação de que “a situação atual é ruim, pois falta Deus no coração”. Há um certo fundamento nisso, pois pessoas mais espiritualizadas têm mais consciência de si mesmo e, consequentemente, dos outros, primando pelo diálogo e sabendo colocar-se perante seu ambiente e a micro-sociedade que a cerca.
As maiores religiões mundiais (Catolicismo, Judaísmo e Islamismo) a cada dia têm seus dogmas questionados e há claramente uma diminuição no número de praticantes, seja por novas descobertas da ciência ou pela constatação de que certos dogmas tiveram sua verdade no passado, mas hoje apenas trazem prejuízos àqueles que os praticam. Assim, cresce o número de igrejas, doutrinas e linhas teológicas das mais variadas premissas. Muitas são sérias, estudiosas e primam pela superação e evolução de seus seguidores; outras, apenas aproveitam o momento para manipulações políticas ou enriquecimento.
Outrora um tabu, hoje a discussão sobre religiões é mais aberta e, no caso específico do Brasil, mais tolerada e pacificamente vemos a convivência de pessoas e até famílias com orientações espirituais diferentes, ao contrário do Oriente Médio, por exemplo, no qual as guerras são históricas e sempre há notícias de violência nos choques entre os religiosos.
Auto-conhecimento
A sociedade moderna é repleta de transformações e informações, muita velocidade e necessidade de tomadas de decisões rápidas. Há um dito que sintetiza bem esse momento: “A pessoa humana vive como se não fosse morrer e morre como se não tivesse vivido”. Grande parte desse padrão de pensamento (e consequentemente das experiências vividas por cada um) tem suas raízes ligadas à religião e seus dogmas inquestionáveis, o que reforçou alienação capitalista do trabalho, na qual cada um faz sua parte mas não tem noção do todo e sequer o questiona. É muito comum ouvir-se que as coisas são assim “por que Deus quer”. Porém, esta visão está mudando. A cada dia percebe-se que é necessário o entendimento de todo um processo para que cada um faça sua parte responsavelmente. Neste período de globalização, qualquer erro de planejamento ou execução pode ressaltar em atrasos para outras entidades que estão relacionadas..
Falta às pessoas que se enquadram nesse padrão o diálogo interno e o auto-conhecimento. Este momento de paz, reflexão sobre o passado e realinhamento dos objetivos futuros pode ser encontrado através das religiões ou durante meditações ou mesmo com a ocorrência de idéias que aparecem aparentemente sem nexo causal (“insight”).
A cada momento, temos várias opções; de cada opção, temos escolhas; de cada escolha uma responsabilidade, afinal, seus desdobramentos serão encontrados no futuro. Cada escolha é dada pelas crenças pessoais, por isso o auto-conhecimento e a reflexão tornam-se necessárias para, inclusive, elevar a qualidade de vida de cada um; uma sociedade que é composta de pessoas responsáveis, conscientes e que constroem suas vidas na paz. Pode até soar utópico, mas é possível.
Conclusão
A sociedade moderna contempla uma série de rápidas mudanças que ocorrem nos últimos 150 anos. A pulverização do poder mundial, o aumento da população presente no globo, dentre outros fatores, contribuem para uma nova reorganização da pessoa humana neste contexto. A religião é um dos meios de auxiliar as tomadas de decisões diárias das pessoas, religando-as com Deus. Neste imenso oceano de informações, é possível encontrar as mais diversas vertentes religiosas e visões do que se constitui nosso Universo.
O auto-conhecimento permite uma posição crítica e filosófica perante todos os fatores que nos rodeiam, trazendo fortalecimento interno pessoal e uma postura de paz perante a Vida.
A sociedade moderna opta por ter poucos momentos para a reflexão interna, mas atualmente há um bom nicho da sociedade que está revendo seus conceitos, seus padrões de pensamentos e tornando-se mais tolerantes para com os que pensam de forma diferente. A abertura ao diálogo e o desapego às antigas crenças permitirão a construção de uma sociedade mais científica, mais evoluída e com menos choques culturais.
A pessoa humana pode ser estudada em suas mais diversas dimensões. Tudo no que se verifica uma influência humana é objeto para estudiosos e com isso temos a cada dia novas descobertas sobre o que somos, nossa trajetória, o que queremos, para onde vamos e como nos relacionamos com tudo e todos que nos cerca. Neste último aspecto dissolvemos a individualidade de cada um e passamos a nos referir a uma sociedade, que por sua vez, representa a pessoa média que a compõe. A partir disso é comum a comparação entre um indivíduo e a sociedade a fim de nortear as verdades da época.
Atualmente temos uma gama de informações gigantesca que permite a veiculação instantânea de opiniões, fatos e relatos que ocorrem em qualquer parte do mundo. Uma das alcunhas dadas à nossa sociedade atual é de “Sociedade da Informação”, na qual foi aprimorado o nível das telecomunicações, principalmente durante a Guerra Fria (1945-1989). Neste período houve o desenvolvimento das redes de computadores em velocidade alta, que mais tarde seriam comercializadas com o nome de Internet.
Outras mudanças de paradigma são encontradas principalmente durante o final do século XIX e todo o século XX, muitas das quais têm seus reflexos sentidos até hoje: o fim do sistema de produção escravagista, a urbanização das cidades, o aumento da população mundial, a mudança do papel da mulher na sociedade, a consciência ecológica e a globalização econômica, apenas para citar alguns exemplos. Some-se a estes fatos suas conseqüências, tais como a favelização das periferias das cidades, o surto de miséria e fome em muitas partes do globo, a deteriorização de valores como família e casamento, intolerância religiosa, aumento de violência urbana e expansão de capital especulativo em qualquer parte do mundo. Em contrapartida, o avanço tecnológico foi assombroso, trazendo melhorias na medicina, economia, astronomia, física, química e tantas outras ciências.
Diante deste quadro, que por sua alta velocidade tende a ser alterado antes que consigamos entendê-lo, muitas dúvidas e incertezas vêm ao pensamento das pessoas. Algumas se apegam aos vícios, outras às religiões, outras tentam acompanhar as mudanças, outras participam das mudanças e temos um cenário que contempla uma diversificação de interesses muito grande. Desta forma os regimes democráticos e capitalistas têm se sobressaído e são adotados na maioria dos países do mundo. Por outro lado acompanhamos ações ditatoriais de intervenção militar e religiões extremistas que polarizam a disputa pela hegemonia global.
Religiões mundiais
Neste ínterim a Antropologia Teológica surge a fim de questionar e refletir sobre o âmbito religioso das pessoas. É muito comum ouvir-se a afirmação de que “a situação atual é ruim, pois falta Deus no coração”. Há um certo fundamento nisso, pois pessoas mais espiritualizadas têm mais consciência de si mesmo e, consequentemente, dos outros, primando pelo diálogo e sabendo colocar-se perante seu ambiente e a micro-sociedade que a cerca.
As maiores religiões mundiais (Catolicismo, Judaísmo e Islamismo) a cada dia têm seus dogmas questionados e há claramente uma diminuição no número de praticantes, seja por novas descobertas da ciência ou pela constatação de que certos dogmas tiveram sua verdade no passado, mas hoje apenas trazem prejuízos àqueles que os praticam. Assim, cresce o número de igrejas, doutrinas e linhas teológicas das mais variadas premissas. Muitas são sérias, estudiosas e primam pela superação e evolução de seus seguidores; outras, apenas aproveitam o momento para manipulações políticas ou enriquecimento.
Outrora um tabu, hoje a discussão sobre religiões é mais aberta e, no caso específico do Brasil, mais tolerada e pacificamente vemos a convivência de pessoas e até famílias com orientações espirituais diferentes, ao contrário do Oriente Médio, por exemplo, no qual as guerras são históricas e sempre há notícias de violência nos choques entre os religiosos.
Auto-conhecimento
A sociedade moderna é repleta de transformações e informações, muita velocidade e necessidade de tomadas de decisões rápidas. Há um dito que sintetiza bem esse momento: “A pessoa humana vive como se não fosse morrer e morre como se não tivesse vivido”. Grande parte desse padrão de pensamento (e consequentemente das experiências vividas por cada um) tem suas raízes ligadas à religião e seus dogmas inquestionáveis, o que reforçou alienação capitalista do trabalho, na qual cada um faz sua parte mas não tem noção do todo e sequer o questiona. É muito comum ouvir-se que as coisas são assim “por que Deus quer”. Porém, esta visão está mudando. A cada dia percebe-se que é necessário o entendimento de todo um processo para que cada um faça sua parte responsavelmente. Neste período de globalização, qualquer erro de planejamento ou execução pode ressaltar em atrasos para outras entidades que estão relacionadas..
Falta às pessoas que se enquadram nesse padrão o diálogo interno e o auto-conhecimento. Este momento de paz, reflexão sobre o passado e realinhamento dos objetivos futuros pode ser encontrado através das religiões ou durante meditações ou mesmo com a ocorrência de idéias que aparecem aparentemente sem nexo causal (“insight”).
A cada momento, temos várias opções; de cada opção, temos escolhas; de cada escolha uma responsabilidade, afinal, seus desdobramentos serão encontrados no futuro. Cada escolha é dada pelas crenças pessoais, por isso o auto-conhecimento e a reflexão tornam-se necessárias para, inclusive, elevar a qualidade de vida de cada um; uma sociedade que é composta de pessoas responsáveis, conscientes e que constroem suas vidas na paz. Pode até soar utópico, mas é possível.
Conclusão
A sociedade moderna contempla uma série de rápidas mudanças que ocorrem nos últimos 150 anos. A pulverização do poder mundial, o aumento da população presente no globo, dentre outros fatores, contribuem para uma nova reorganização da pessoa humana neste contexto. A religião é um dos meios de auxiliar as tomadas de decisões diárias das pessoas, religando-as com Deus. Neste imenso oceano de informações, é possível encontrar as mais diversas vertentes religiosas e visões do que se constitui nosso Universo.
O auto-conhecimento permite uma posição crítica e filosófica perante todos os fatores que nos rodeiam, trazendo fortalecimento interno pessoal e uma postura de paz perante a Vida.
A sociedade moderna opta por ter poucos momentos para a reflexão interna, mas atualmente há um bom nicho da sociedade que está revendo seus conceitos, seus padrões de pensamentos e tornando-se mais tolerantes para com os que pensam de forma diferente. A abertura ao diálogo e o desapego às antigas crenças permitirão a construção de uma sociedade mais científica, mais evoluída e com menos choques culturais.
Um comentário:
Duvido que haja um professor de educação religiosa que não faça proselitismo...
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