domingo, 11 de maio de 2008

RELAÇÃO ENTRE AMOR E FILOSOFIA - Parte 01

Na obra "O Banquete", de Platão, um ponto já se acha estabelecido e, daqui para frente, não se poderá ignorá-lo: o amor deseja o que não possui; desejando o belo e o bom, esta privado deles; não poderia, portanto, ser um deus, já que esta marcado por essa falta. Contudo, não é um mortal; será, então, um intermediário (metaxu) entre um e outro mortal (202d).
Ao mesmo tempo meio e mediador, entre dois mundos (mortal e imortal, sensível e inteligível...), participa dos dois ao mesmo tempo. Eros é um “demônio” (daimon), cuja função é essencialmente a de síntase. Nesse ponto da análise, o mito vem, felizmente, em socorro de uma argumentação que se mostra delicada: feito de contrastes solidários, Eros é, antes de mais nada, uma síntese das características herdadas de seus pais.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

ANÁLISE DE ESCRITA DE AUTORES FILOSÓFICOS - Parte 05

CONCLUSÃO
Os três autores em foco neste artigo, Manuel García Morente, Marilena Chauí e Bertrand Russel escrevem para o público em geral, permitindo o desenvolvimento do raciocínio junto com a demonstração dos silogismos filosóficos que culminaram com determinadas conclusões.
Através da história da filosofia, mostram como determinadas escolas validam, aprimoram ou refutam as teses de seus antecessores, através de um diálogo proficiente entre o leitor e o autor.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

ANÁLISE DE ESCRITA DE AUTORES FILOSÓFICOS - Parte 04

DESENVOLVIMENTO DE IDÉIAS
As obras prezam pelo desenvolvimento das idéias através do tempo, focalizando o contexto histórico e a mudança dos paradigmas do pensamento em função das descobertas científicas nos mais variados campos, como na Física, na Sociologia, na Matemática e na Biologia. Esta contraposição de idéias permite uma dialética no tempo, o que torna mais fácil a conclusão do leitor. O diálogo filosófico entre autores que talvez sequer tenha compartilhado do mesmo tempo é muito interessante, como no trecho a seguir:
Segundo a interpretação de Natorp, as idéias platônicas seriam uma posição do ser para o sujeito pensante. (...) Pela simples virtude do seu pensamento de caráter sintético, reúne em feixes grupos de sensações aos quais confere a plena realidade, a objetividade. (...). Julgo esta interpretação radicalmente falsa (...), pois consiste em introduzir sub-repticiamente no platonismo uma concepção que não surge na história da filosofia até Descartes”. [MMG], Pág. 90.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

ANÁLISE DE ESCRITA DE AUTORES FILOSÓFICOS - Parte 03

ESTILO

Os autores escrevem seus textos para um destinatário universal, ou seja, para todos aqueles que tenham interesse nesta leitura. Não há necessidade de conhecimentos prévios (como na leitura de textos técnicos) para viabilizar o entendimento das proposições. Muitas vezes são citadas ou utilizadas metáforas e exemplos, a fim de esclarescer uma posição filosófica, como na reprodução do “Mito da Caverna”, de Platão, ou como no trecho a seguir:

O mundo é percebido qualitativamente, efetivamente e valorativamente. Quando percebemos uma outra pessoa, por exemplo, não temos uma coleção de sensações que nos dariam as partes isoladas de eu corpo, mas a percebemos como tendo uma fisionomia (agradável ou desagradável, bela ou feia, serena ou agitada (...)) e por essa percepção definimos nosso modo de relação com ela.” [CM], pág. 155.

terça-feira, 6 de maio de 2008

ANÁLISE DE ESCRITA DE AUTORES FILOSÓFICOS - Parte 02

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

É nítida a presença do autor nas três obras, sempre havendo uma introdução sobre os mais diversos assuntos, trazendo alguns dados do senso comum, para depois haver o desenvolvimento de um pensamento filosófico sobre a viabilidade das teses. Especialmente na obra de Morente, prima-se pela didática, mostrando a evolução do pensamento humano, os fatores que levam à determinadas conclusões e as falhas que podem existir em determinadas situações. O autor ainda permite-se discordar das conclusões de autores em estudo e usa a primeira pessoa constantemente, como no trecho a seguir:

Seria muito longo e não pouco complicado expor aqui as razões que me levaram à definição que vou dar do clássico (...) o conceito do clássico pode reduzir-se a três notas características: primeira, predomínio da atenção ao universo e diferencial sobre a atenção ao comum ej geral;, segunda, a intuição das hierarquias dominantes nas distintas formas de realidade; e terceira, respeito à objetividade. “ ( [MMG], pág. 114).

Outra característica que posso apontar é a objetividade dos autores. Nas três obras é constante o bom esclarescimento das questões e a assertividade dos textos, mostrando os raciocínios com grande destreza, como no trecho à seguir:

Devemos considerar a questão de vocabulário mínimo. Chamo vocabulário mínimo àquele que não contém palavra alguma suscetível de definição verbal em termos de outras palavras desse vocabulário. Depois vocabulário mínimos que tratam do mesmo assunto talvez não sejam iguais. (...) Foi um grande feito da Física clássica quando de definiram todas as unidade em termos de unidades de massa, comprimento e tempo". [RB], pág. 99.

O sujeito de identificação participadora é constante, mostrando a exibição de uma consciência de um caso particular com o intuito de atingir um alcance universal.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

ANÁLISE DE ESCRITA DE AUTORES FILOSÓFICOS - Parte 01

Neste artigo serão analisados três autores filosóficos cujos textos serão comparados à luz dos dados obtidos durante as aulas de Introdução à Leitura de Textos Filosóficos.

Para tanto, escolhi os seguintes filósofos:

1-) Manuel Garcia Morente, catedrático espanhol, nascido em Arjonilla em 22 de Abril de 1886. Estudou na França, onde obteve a licenciatura em Letras e na Espanha, onde obteve seu doutorado em Filosofia. É autor de inúmeras obras, destacando-se entre elas:”A filosofia de Kant”, “Fundamentos de Filosofia”, e “A Filosofia de Bergson”.[MGM]


2-) Marilena Chauí. Nascida em São Paulo em 1941, cursou a graduação e o mestrado em na Universidade de São Paulo. Obteve seu doutorado na França e leciona Filosofia na USP [MC]. Autora de obras como “Brasil: Mito fundador e sociedade autoritária” e “Convite à Filosofia”.


3-) Bertrand Russel. Nasceu a 18 de Maio de 1872, em Ravenscroft, Monmouthshire, Inglaterra. Estou filosofia e matemática, recebendo o título de doutor [BC]. Autor de obras como “Exposição crítica da Filosofia de Leibniz” e “O Conhecimento Humano”.
As análises a seguir contemplam as seguintes obras supracitadas: “Fundamentos de Filosofia”, de Morente; “Convite à Filosofia”, de Chauí e “O Conhecimento Humano”, de Russel.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

A separação dos amantes

Poucos temas despertam tanto o interesse dos artistas e do público quanto a paixão amorosa. Clássicos da literatura e do teatro, como “Romeu e Julieta”, comovem as pessoas há séculos ao apresentarem o drama do casal de apaixonados. Flávio Gikovate fala sobre o amor, a diferença entre amor e sexo, e sobre os impedimentos internos e externos que separam os casais. É possível ser civilizado e terminar um amor sem mentira, sem baixeza? Pode haver ética no fim de um relacionamento amoroso? Para Flávio Gikovate, o que leva à separação dos amantes é algo que está dentro de nós e está relacionado às nossas primeiras experiências afetivas. Palestra proferida no Café Filosófico, em 17/9/2004.

Veja aqui.