segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Entrevista com professor Ruan Alba De Albuquerque

Entrevista com professor Ruan Alba De Albuquerque da Escola Estadual Maestro Breno Rossi


Eu Marcos Paulo Landi, e Thiago Della Serra alunos do último ano de Filosofia tivemos a honra e a sorte de entrevistar o professor Albuquerque como é conhecido na escola é tive sorte de ele ser professor de História e Filosofia, e de ter um aluno cadeirante e um surdo- mudo a coisa não é bem assim como pregamos e pensamos, ou seja, o estado e a prefeitura e aqueles que administram a escola pública, peca nesse quesito, ou seja, o aluno é jogado na sala de aula, o professor não tem preparo para lidar com esse aluno e o estado não investe em capacitação do professor para ele poder ao melhor de si.

O professor Albuquerque é um grande crítico e é de críticos assim que precisamos, ele está em sala de aula e sabe o que realmente acontece na educação pública no caso especifico a escola estadual paulista, que especula e só segue a lei mesmo quando é notificada judicialmente, ou seja, o governo estadual é um contraventor e não só no nosso tema de trabalho portadores de necessidades não o governo estadual na área da educação é um contraventor da lei, deveria tirar a administração da educação das mãos do estado.

Você já viu cegos, surdos, deficientes físicos, e outros..., andando nas ruas, vivendo socialmente como os mesmos direitos e oportunidades como as pessoas "ditas normais"? Você já viu alunos com necessidades especiais totalmentes inclusos com outros nas escolas?Claro que não. Ainda há muita discriminação, e o professor Albuquerque vê isso, e é na sala de aula que temos que cobrar colocar racionalmente na mente de cada aluno o que o governo faz um descaso total com o ser humano.

Pois é, as Declarações como a de Salamanca, Jontien, as leis LDB 93/94 de 96 e outras.... dão os mesmos direitos e oportunidades a todas essas pessoas, na teoria estão escritas, mas na prática????? Só que ainda falta muito nesse nosso país. Aí pergunto pra que serve a lei? Serve pra alho? Ou o judiciário só se move com denuncias? Denuncias de um povo individualista em que ninguém está aí para o problema do outro.

A tecnologia vem ajudando muito a vida do surdo, as políticas públicas voltadas para investimentos na educação de pessoas com necessidades educacionais, poderiam investir mais, dando mais acessibilidade, mas posso perceber que a inclusão está acontecendo sim, muito devagar, pode se acelerar com mais investimentos. Os professores precisam de capacitação, com o ensino de Libras e outros cursos voltados para a inclusão, devem ser gratuitos. O salário do professor já está muito congelado e já perdeu para inflação, ainda temos que pagar curso de libras, e outros, para podermos entender e conviver melhor com nossos alunos surdos e com todos que estão a nossa vivência em sociedade. O surdo, e outros deficientes, são pessoas como a gente, são muito capazes e merecem uma educação e uma vida com mais dignidade.
Essa foi uma grande crítica de nosso docente entrevistado e algo que também prego, o que quer o governo? O que quer nossos governantes? Até quando vamos andar na rua, como se nada estivesse acontecendo? Nas salas de aulas querem nos calar, mas é com pessoas de luta como o professor Albuquerque, que me faz ter esperança num mundo melhor sim.

EDUCAÇAO ESPECIAL

Direito da cidadania de crianças com deficiências freqüentarem a mesma classe com seus pares normais.Estimulação das crianças mentalmente prejudicadas por algum motivo traumatológico, psíquico, neurológico, sindrômico ou genético, visando sua inclusão escolar e social. Deficiente é a sociedade que ignora por opção. Cego é o nosso governo que faz vista grossa e desampara as crianças e aos pais.Paralítico é aquele que não se move diante das situações.O conceito de normalidade e de distúrbio precisa ser revisto.

Uma crítica radical sim, mas que precisa ser falada e não devemos ter medo nunca de ver o erro, como professores de filosofia, não interessa só falar sobre direitos e deveres devemos denunciar o descaso de governos não comprometidos para os direitos dos necessitados especiais e com nossos alunos que não querem esmolas querem apenas enfatizar o seu direito ser cobrado pelos seus erros e ser valorizado pela sua competência.

2 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pela entrevista, é bom saber o dia-a-dia de um professor de Filosofia.

Anônimo disse...

A crítica deve ser feita sempre, em um blog, então, é maravilha!