domingo, 12 de outubro de 2008

Problema: Desatenção em sala de aula - Parte 05

Estratégia
O pré-conhecimento dos perfis psicológico e sócio-econômico dos alunos facilita ao professor adequar suas aulas ao tipo de alunado encontrado. Àqueles alunos que podem ter os distúrbios de atenção identificados é imprescindível seu encaminhamento a um profissional capacitado, como um psicopedagogo, um psicólogo ou mesmo um psiquiatra.

sábado, 11 de outubro de 2008

Problema: Desatenção em sala de aula - Parte 04

Análise

Em todas as áreas do conhecimento este fenômeno pode ocorrer, sendo identificado em menor quantidade nas matérias as quais o professor possui maior empatia com a classe. Os assuntos que são de grande interesse do público-alvo requerem maior atenção para o desenvolvimento das idéias, mas mesmo assim, nota-se a desatenção dos alunos que assim se apresentam, porém, silenciosamente.

Quanto maior o número de alunos em sala e, principalmente, sua disposição em grupos, maior a facilidade para o início de conversas e a propagação do humor, levando à desatenção com maior facilidade.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Problema: Desatenção em sala de aula - Parte 03

Hipóteses

Há alguns fatores que podem contribuir para a desatenção dos alunos, tais como:
  • Deficiências físicas: falta de acuidade visual ou auditiva;
  • Desequilíbrios emocionais: ansiedade, angústia, medo;I
  • nfluências ambientais: utilização de fones de ouvido, ruídos externos,
  • Indiferença quanto ao conteúdo ministrado: o comportamento de desatenção repete-se independentemente da matéria veiculada.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Problema: Desatenção em sala de aula - Parte 02

Modelos

O caminho tradicional do ensino-aprendizado demanda a atenção e aplicação dos alunos a fim de compreender o assunto que está sendo versado, bem como relacioná-los com o dia-a-dia dos alunos e facilitar a criação de vínculos entre os assuntos estudados. A criação de conexões interdisciplinares facilita o resgate das informações, seu interrelacionamento e a absorção dos conhecimentos, de forma teórica e prática.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Problema: Desatenção em sala de aula - Parte 01

A desatenção em sala de aula é um fator recorrente encontrado nas pesquisas junto aos professores, tanto no ensino particular quanto público, tanto nos ensinos fundamental, quanto médio e superior. Há tempos o déficit de atenção em sala de aula vem sendo estudado, não sendo mais um estereótipo para o aluno “desinteressado” ou mesmo “alienado”. [DE]

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

SISTEMAS FINANCEIROS COMO FATOS SOCIAIS - Parte 06

5. Conclusão

Durkheim aborda o fato social como um ente que é externo ao ser humano, é genérico e coercitivo, possuindo características próprias em sua composição. Um exemplo são os sistemas financeiros existentes no mundo, sendo o Brasil partidário das economias de mercado e um dos responsáveis pela manutenção do mesmo face ao mundo globalizado.

domingo, 5 de outubro de 2008

SISTEMAS FINANCEIROS COMO FATOS SOCIAIS - Parte 05

4. Sistema Financeiro do Brasil

O sistema financeiro nacional do Brasil é formado por um conjunto de instituições financeiras voltadas para a gestão da política monetária do governo federal. É composto por entidades supervisoras e por operadores que atuam no mercado nacional e orientado por três órgãos normativos, o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC).” [W2]

Este sistema foi implementando no Brasil com a chegada da Família Real Portuguesa, a partir de 1808. A criação do Banco do Brasil foi o marco do início desta instituição que inaugurou a nova forma de comercialização de valores no nosso País. A partir de então foi criado o fato social descrito por Durkheim, o qual nos é imposto e com o qual temos de aprender a lidar a fim de não sermos excluídos.

De acordo com [W2], o sistema financeiro brasileiro é composto das seguintes instituições:
  • Conselho Monetário Nacional (CMN)
  • Banco Central do Brasil (Bacen)
  • Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
  • Bolsas de Mercadorias e Futuros
  • Bolsas de Valores
  • Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)
  • Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC)
  • Secretaria de Previdência Complementar (SPC)
  • Entidades Fechadas de Previdência Complementar
Estas instituições são regulamentadas por lei e controlam o fluxo financeiro no Brasil. O sistema financeiro de uma sociedade é externo ao indivíduo, é geral e coercitivo. Assim, torna-se um fato social de acordo com o Durkheim.

sábado, 4 de outubro de 2008

SISTEMAS FINANCEIROS COMO FATOS SOCIAIS - Parte 04

3. Sistemas Financeiros

Na disciplina de Finanças é encontrado o conceito de Sistemas Financeiros [SF]: “é a superestrutura que tenha como objetivo normalizar, organizar e facilitar o trânsito de valores dentro de uma determinada sociedade”.
Em economias em desenvolvimento estes sistemas estão reduzidos a bancos comerciais que operam no mercado com a captação de depósitos monetários e a realização de empréstimos. Os países com maior desenvolvimento são capazes de oferecer outros serviços, tias como investimentos em renda fixa e variada, financiamentos, créditos mobiliários, dentre outros.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

SISTEMAS FINANCEIROS COMO FATOS SOCIAIS - Parte 03

2.1 Método para análise

O fato social é analisado de forma sistemática, sempre se desconfiando de todas as impressões do fato social e afastando-se do senso comum, de opiniões formadas de forma não-científica pela coletividade e carregadas de preconceitos e juízos de valor.

"Em primeiro lugar, é independente de qualquer filosofia. Em segundo lugar, o nosso método é objetivo. É totalmente dominado pela idéia de que os fatos sociais são coisas e devem ser tratados como tais Mas, se consideramos os fatos sociais como coisas, consideramo-los como coisas sociais. A terceira característica do nosso método é ser exclusivamente sociológico Mostramos que um fato social só pode ser explicado por um outro fato social e, simultaneamente, como este tipo de explicação é possível assinalando no meio social interno o motor principal da evolução coletiva. Tais nos parecem ser os princípios do método sociológico".[WI]

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

SISTEMAS FINANCEIROS COMO FATOS SOCIAIS - Parte 02

2. Fato Social

Durkheim desenvolveu o conceito de Fato Social, que deve ser tratados como “coisa”, sendo o objeto da Sociologia e tendo um método próprio para seu estudo. O Fato Social apresenta três características fundamentais:
  • Exterioridade: não são internos ao indivíduo, é formado por padrões de pensamentos e comportamentos que são transmitidos pela sociedade na qual o mesmo está inserido.
  • Generalidade: o fato social atinge todos os membros de uma sociedade e não uma parcela específica.
  • Coercitividade: é o grau de força deste fato social, não sendo possível ao indivíduo escapar do padrão social, que o força a cumpri-lo.

"É um fato social toda a maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coação exterior; ou ainda, que é geral no conjunto de uma dada sociedade tendo, ao mesmo tempo, uma existência própria, independente das suas manifestações individuais".[WI]

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

SISTEMAS FINANCEIROS COMO FATOS SOCIAIS - Parte 01


1. Emile Durkheim


Durkheim nasceu na França ( 1858-1917 ) e é considerado um dos fundadores da sociologia moderna, combinando a pesquisa empírica com as teorias sociológicas. Assim, projetou a sociologia como disciplina científica e acadêmica, sendo o responsável por definir seu objeto e o método de estudo.

Emile Durkheim

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO - Parte 02

Senso Comum e Senso Crítico

O professor que se baseia na Filosofia da Educação pode auxiliar o aluno a discernir entre o senso comum e o senso crítico, permitindo o desenvolvimento e a evolução sócio-ambiental do discente.

O estudo do ser-no-mundo, da cultura e de seu meio aumenta a compreensão tanto do professor quanto do aluno, levando ao descobrimento de novas formas de estar no mundo.

Linguagem

A linguagem é toda expressão que tenha como objetivo a comunicação. Diversas linguagens podem ser utilizadas no processo de educação, desde a oral e a escrita, mais comuns na metodologia atual, até a dança, pintura e o teatro.

Neste campo há uma ciência específica, chamada de semiótica. Nela tempos as presenças dos sinais e dos signos, cujas diferenciações são necessárias para se entender a transmissão de conhecimento. A primeira denota os estímulos produzidos pelos objetos do mundo; já o segundo, são quaisquer estímulos percebidos pela pessoa humana.

Conclusão

A Filosofia da Educação engloba as discussões vivenciadas na área educacional e diferencia-se de outras áreas como a pedagogia e a didática. Ela é de suma importância para que o licenciando compreenda os fundamentos da educação e possa refletir sobre atingir seu objetivo de transmissão de conhecimento, mostrando ao aluno a diferença entre o senso comum e o senso crítico através da utilização adequada das linguagens.



Bibliografia e Sites consultados

LATERZA, Moacyr. Filosofia da Educação – Volume I. Editora Herder, SP.

FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO - http://www.chaves.com.br/TEXTSELF/PHILOS/filed77-2.htm

[GHI] - GHIRALDELLI JR, Paulo. O que é pedagogia? - http://www.centrorefeducacional.com.br/pdaguira.htm

domingo, 21 de setembro de 2008

A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO - Parte 01

Introdução

Educar é o ato desenvolver as faculdades físicas, morais e intelectuais do ser humano. A educação é um dos temas mais importantes do conhecimento humano, pois proporciona a separação do mundo mítico e imediatista do mundo filosófico-científico, permitindo maior compreensão do nosso mundo e acerto nas decisões que devem ser tomadas no dia-a-dia. A filosofia se volta sobre a práxis humana. Quando voltada para a educação, a filosofia reflete sobre a prática na educação.

De acordo com [GHI] “Pedagogia, didática e educação estão ligadas. Mas a filosofia da educação é um saber mais independente, que pode ou não ter um vínculo com os saberes da pedagogia e da didática, ou do saber-prático (e imediato) que faz a educação acontecer. O termo “filosofia da educação” aponta para um tipo de saber que, de um modo amplo, é aquele acumulado na discussão sobre o campo educacional. Faz assim ou para colocar valores e fins e legitimá-los através de fundamentos, ou para colocar valores e fins e legitimá-los através de justificações. Há, portanto, dois grandes tipos de filosofia da educação: a filosofia da educação que serve como fundamentação para a pedagogia e filosofia da educação que serve como justificação”.

A Filosofia da Educação permite a reflexão sobre a educação do ser humano em seus mais diversos focos; com ela, a pedagogia e a sociologia da educação também podem ser aprimoradas, questionadas e evoluírem cientificamente.

A atitude filosófica perante a educação busca a causa de determinados fatores que ocorrem nas instituições educacionais, em programas governamentais, os objetivos de determinados estudos e delineia as mudanças que devem ocorrer de acordo com os paradigmas de cada época.

O licenciando de qualquer matéria necessita conhecer as bases filosóficas que trouxeram a educação até o ponto que se encontra hoje; mais do que isso, mister se faz o conhecimento profundo dos fundamentos filosóficos educacionais para compreender seu contexto e até mesmo propor novas formas pedagógicas a fim de tornar a educação mais adequada a uma determinada realidade.

sábado, 20 de setembro de 2008

Cooperativas autogestionárias

Vídeo sobre cooperativas autogestionárias na grande São Paulo (Brasil). Uma aula sobre autogestão, baseada no trabalho realizado pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (um projeto de extensão da USP).

Veja aqui.

Sócrates

“Sócrates nos mostra que temos a capacidade e o dever de não seguir opiniões passivamente. Devemos desenvolver idéias nas quais realmente acreditamos. Apesar de relutarmos em perceber, somos todos capazes da transição de ovelhas a seres pensantes; ou seja, a filósofos.” Vídeo em inglês, com legendas em português.

Veja aqui.

Pequenos gestos podem fazer a diferença

E fazem mesmo.

Veja aqui.

Brasil: Beyond Citizen Kane

“Brasil: Beyond Citizen Kane” (Muito Além do Cidadão Kane) é um documentário produzido por Simon Hartog, em 1993, para o Canal 4 da BBC, sobre a política de telecomunicações do Brasil, com foco na Globo de Roberto Marinho.

Veja aqui.

sábado, 13 de setembro de 2008

A ANGÚSTIA - Parte 06

5. Conclusão

O conceito da angústia vem sendo refletido pelos filósofos contemporâneos face às grandes modificações de comportamento que a humanidade vem apresentando ao longo dos séculos. Mormente com as transformações após a Revolução Industrial e as Primeira e Segunda Guerras Mundiais.

Quais os limites da liberdade do Homem? Até onde podemos ir? Qual a responsabilidade das nossas ações? Essas questões trazem em seu bojo um significado existencialista cuja resposta traz a aproximação do Nada.
A angústia nasce, então.


quarta-feira, 10 de setembro de 2008

A ANGÚSTIA - Parte 05

4.2 A angústia

O nada é revelado na angústia. Apesar disso, não há a destruição do ente em si mesmo e tampouco a realização de uma negação do ente em sua totalidade. O próprio nada nadifica.
Heidegger ainda faz uma explanação conceitual do que é a Metafísica:

Metafísica é o perguntar além do ente para recuperá-lo, enquanto tal e em sua totalidade, para a compreensão. Na pergunta pelo nada acontece um tal ir para fora além do ente enquanto ente em sua totalidade. Com isto prova-se que ela é uma questão “metafísica”. De questões deste tipo dávamos, no início, uma dupla característica: cada questão metafísica compreende, de um lado, sempre toda a metafísica. Em cada questão metafísica, de outro lado, sempre vem envolvido o ser-aí que interroga. Em que medida perpassa e compreende a questão do nada a tota lidade da metafísica?Sobre o nada a metafísica se expressa desde a Antiguidade numa enunciação, sem dúvida, multívoca: ex nihilo nihil fit, do nada nada vem. Ainda que, na discussão do enunciado, o nada, em si mesmo, nunca se torne problema, expressa ele, contudo, a partir do respectivo ponto de vista sobre o nada, a concepção fundamental do ente que aqui é condutora.

O nada não é o oposto do ente, não é a negação do ente. Mas pertence ao ente. Hegel vai concluir este pensamento com a afirmação “O puro ser e o puro nada são, portanto, o mesmo.”

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A ANGÚSTIA - Parte 04

4. Heidegger

Este filósofo traz a angústia do Ser em relação ao Nada.

4.1 O Nada

Heidegger [HE] traz uma questão perturbadora em relação à ciência. A pesquisa é feita somente em seu objeto (o ente) e mais nada.

Que acontece com este nada? E, por acaso, que espontaneamente falamos assim? E apenas um modo de falar — e mais nada? Mas, por que nos preocupamos com este nada? O nada é justamente rejeitado pela ciência e abandonado como o elemento nadificante. E quando, assim, abandonamos o nada, não o admitimos precisamente então? Mas podemos nós falar de que admitimos algo, se nada admitimos? Talvez já se perca tal insegurança da linguagem numa vazia querela de palavras. Contra isto deve agora a ciência afirmar novamente sua seriedade e sobriedade: ela se ocupa unicamente do ente. O nada — que outra coisa poderá ser para a ciência que horror e fantasmagoria? Se a ciência tem razão, então uma coisa é indiscutível: a ciência nada quer saber do nada. Esta é, afinal, a rigorosa concepção científica do nada. Dele sabemos, enquanto dele, do nada, nada queremos saber.”

Este nada traz reflexões sobre a própria metafísica. O que é este nada? Onde o procuramos e onde o encontramos? É apenas uma negação do Ser, ou seja, um não-Ser?
Deste processo é encontrada a Angústia.

sábado, 6 de setembro de 2008

A ANGÚSTIA - Parte 03

3. Kierkegaard

Este pensador teve grande influência religiosa e vivu entre a fé e a incredulidade moderna. Recusava-se a reduzir a existência humana à lógica. O Ser está em constante devir, andando por um dos três estágios a seguir:
  • Estado Estético: o indivíduo não tem compromissos ou finalidade vivendo de forma efêmera;
  • Estado Ético: o indivíduo vive compromissos com seriedade e honestidade, uma vez que já superou a o Estado Estético;
  • Estado Religioso: a fé entra em conflito com a lei, forçando o indivíduo a dar um salto no escuro e a fazer opções de acordo com seus valores.

[GE] cita uma passagem que ilustra o pensamento do filósofo:

O temor diz respeito a qualquer coisa de preciso, ao passo que a angústia é a realidade da liberdade, como possibilidade frente à possibilidade, a possibilidade da liberdade. Somos angustiados por nada: a angústia tem o nada como objeto... é a vertigem da liberdade, o arrependimento em potência, a suspeita da consequência antes que ocorra. A fé é a coragem de renunciar à angústia sem angústia

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A ANGÚSTIA - Parte 02

2. Sartre

“O Ser e o Nada” é uma de suas obras mais famosas. Abordando o homem no mundo, o cogito cartesiano é fundamentado emuma existência anterior em um campo transcendental sem sujeito. O Ser apenas é e se manifesta no mundo sendo. O futuro do Ser é apenas uma possibilidade que fica fora de seu alcance. Essa relação entre o presente o o futuro é apenas uma possibilidade, dentre muitas, que podem ocorrer. Tudo é possível. A angústia criada neste momento permite ao homem torar consciência de sua liberdade, uma vez que ela pôe-se a si mesma em questão.

As infinitas possibilidades e a liberdade trazem a angústia ao Ser. Para Sartre somos seres históricos, imersos no contexto em que vivemos. Essa liberdade autêntica nos traz a responsabilidade de construir um novo universo de possibilidades. [CL]

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A ANGÚSTIA - Parte 01

1. Introdução

O senso comum costuma manisfestar-se em situações de ansiedade, de “dor”, de saudades de algo ou alguém e resumir tudo sobre a égide da angústia. Nem sempre é possível a definição deste sentimento, muitas vezes mesclados com outros.

Uma rápida consulta ao Dicionário Aurélio – Século XXI nos traz a seguinte notação:

[Do lat. angustia.]S. f.
1. Estreiteza, limite de espaço ou de tempo.
2. Ansiedade ou aflição intensa; ânsia, agonia.
3. P. ext. Sofrimento, tribulação: A triste revelação acarretou o agravamento de suas angústias. 4. Hist. Filos. Segundo Kierkegaard v. kierkegaardiano, determinação que revela a condição espiritual do homem, caso se manifeste psicologicamente de maneira ambígua e o desperte para a possibilidade de ser livre.
5. Hist. Filos. Segundo Heidegger v. heideggeriano, disposição afetiva pela qual se revela ao homem o nada absoluto sobre o qual se configura a existência (q. v.).

As definições acima trazem de forma rasa a visão de Kierkegaard e Heidegger e mostram o relacionamento que a angústia tem com a filosofia. Além destes dois grandes pensadores, outros também refletiram sobre este sentimento, suas causas e consequências.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Entrevista com professor Ruan Alba De Albuquerque

Entrevista com professor Ruan Alba De Albuquerque da Escola Estadual Maestro Breno Rossi


Eu Marcos Paulo Landi, e Thiago Della Serra alunos do último ano de Filosofia tivemos a honra e a sorte de entrevistar o professor Albuquerque como é conhecido na escola é tive sorte de ele ser professor de História e Filosofia, e de ter um aluno cadeirante e um surdo- mudo a coisa não é bem assim como pregamos e pensamos, ou seja, o estado e a prefeitura e aqueles que administram a escola pública, peca nesse quesito, ou seja, o aluno é jogado na sala de aula, o professor não tem preparo para lidar com esse aluno e o estado não investe em capacitação do professor para ele poder ao melhor de si.

O professor Albuquerque é um grande crítico e é de críticos assim que precisamos, ele está em sala de aula e sabe o que realmente acontece na educação pública no caso especifico a escola estadual paulista, que especula e só segue a lei mesmo quando é notificada judicialmente, ou seja, o governo estadual é um contraventor e não só no nosso tema de trabalho portadores de necessidades não o governo estadual na área da educação é um contraventor da lei, deveria tirar a administração da educação das mãos do estado.

Você já viu cegos, surdos, deficientes físicos, e outros..., andando nas ruas, vivendo socialmente como os mesmos direitos e oportunidades como as pessoas "ditas normais"? Você já viu alunos com necessidades especiais totalmentes inclusos com outros nas escolas?Claro que não. Ainda há muita discriminação, e o professor Albuquerque vê isso, e é na sala de aula que temos que cobrar colocar racionalmente na mente de cada aluno o que o governo faz um descaso total com o ser humano.

Pois é, as Declarações como a de Salamanca, Jontien, as leis LDB 93/94 de 96 e outras.... dão os mesmos direitos e oportunidades a todas essas pessoas, na teoria estão escritas, mas na prática????? Só que ainda falta muito nesse nosso país. Aí pergunto pra que serve a lei? Serve pra alho? Ou o judiciário só se move com denuncias? Denuncias de um povo individualista em que ninguém está aí para o problema do outro.

A tecnologia vem ajudando muito a vida do surdo, as políticas públicas voltadas para investimentos na educação de pessoas com necessidades educacionais, poderiam investir mais, dando mais acessibilidade, mas posso perceber que a inclusão está acontecendo sim, muito devagar, pode se acelerar com mais investimentos. Os professores precisam de capacitação, com o ensino de Libras e outros cursos voltados para a inclusão, devem ser gratuitos. O salário do professor já está muito congelado e já perdeu para inflação, ainda temos que pagar curso de libras, e outros, para podermos entender e conviver melhor com nossos alunos surdos e com todos que estão a nossa vivência em sociedade. O surdo, e outros deficientes, são pessoas como a gente, são muito capazes e merecem uma educação e uma vida com mais dignidade.
Essa foi uma grande crítica de nosso docente entrevistado e algo que também prego, o que quer o governo? O que quer nossos governantes? Até quando vamos andar na rua, como se nada estivesse acontecendo? Nas salas de aulas querem nos calar, mas é com pessoas de luta como o professor Albuquerque, que me faz ter esperança num mundo melhor sim.

EDUCAÇAO ESPECIAL

Direito da cidadania de crianças com deficiências freqüentarem a mesma classe com seus pares normais.Estimulação das crianças mentalmente prejudicadas por algum motivo traumatológico, psíquico, neurológico, sindrômico ou genético, visando sua inclusão escolar e social. Deficiente é a sociedade que ignora por opção. Cego é o nosso governo que faz vista grossa e desampara as crianças e aos pais.Paralítico é aquele que não se move diante das situações.O conceito de normalidade e de distúrbio precisa ser revisto.

Uma crítica radical sim, mas que precisa ser falada e não devemos ter medo nunca de ver o erro, como professores de filosofia, não interessa só falar sobre direitos e deveres devemos denunciar o descaso de governos não comprometidos para os direitos dos necessitados especiais e com nossos alunos que não querem esmolas querem apenas enfatizar o seu direito ser cobrado pelos seus erros e ser valorizado pela sua competência.

sábado, 30 de agosto de 2008

AÇÕES QUE PERMEIAM O PLANEJAMENTO

1. Ensino Médio

A escola pesquisada fica em um bairro de classe-média/alta na cidade de Campinas / SP.

A sistemática de planejamento vivenciada na escola é baseada em um planejamento feito no início do ano letivo e acompanhada através de reuniões (HTPC). Segundo a diretora da escola, o escopo das matérias é quase que totalmente executado, sendo que a abordagem chega a 94% do proposto no planejamento inicial.

Os documentos nos quais a escola se baseia para a construção de sua proposta pedagógica são: a LDB, atas de reuniões com pais e mestres e divulgação de tópicos de "vestibulinho" para cursos profissionalizantes.

o diagnóstico, a discussão, a elaboração e avaliação da proposta pedagógica iniciam-se com a coordenadora pedagógica, que verifica o cronograma e o andamento das aulas, acompanha o desenvolvimento das aulas e avalia mensalmente os rumos que os professores estão tomando. Segue com a corroboração da diretora e é discutida com os professores.

Os planos de ensino são feitos a partir dos professores e revisto pela coordenadora pedagógica. São feitos por disciplina, para cada série.

2. Cursos de Graduação

Os cursos de graduação foram pesquisados em uma faculdade destinada ao público de classe média/baixa na cidade de Campinas/SP.

A elaboração dos planos de ensino é baseada nas tendências de mercado, possuindo integrações vertical (uma seqüência de conteúdos entre as séries/ciclos) e horizontal (entre as disciplinas/áreas do currículo na mesma série). Por exemplo, no primeiro ano, há o início da matéria Cálculo (que se estende por mais dois anos, sequenciada) e em paralelo há disciplinas como Estrutura de Dados e Algoritmos (computação) que implementam os cálculos em sistemas computacionais.

As aulas têm sido planejadas a partir de um livro base, que norteia o conteúdo das disciplinas. O preparo das aulas envolve a utilização de multimídia (slides de apresentação), vídeos e demonstrações em sala dos principais programas abordados.

O trabalho planejado é avaliado através de pesquisas que o diretor passa em sala de aula. São avaliadas desde as estruturas físicas da faculdade (estacionamento, lanchonete, banheiros) até a condução das aulas. O cronograma e os conteúdos são avaliados através do planejamento feito no início do ano, situando semanalmente a matéria que deveria estar sendo ministrada.

As áreas de estudo têm abertura para elaborar propostas para a avaliação das aulas dadas, mas não foi observado nenhuma ação neste sentido.

Segundo nossas observações, a prática relatada pelos profissionais da escola pode ser transformada para melhor com a redução do número de alunos em sala de aula. Muitas turmas possuem um número excessivo de alunos (em torno de 60), o que dificulta qualquer atividade pedagógica que demande o acompanhamento pelo professor.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

USO DA MULTIMÍDIA NO ENSINO DE FILOSOFIA - Parte 06

5. Conclusão

A multimídia permite que as aulas sejam mais dinâmicas, mais concretas e mais interativas do que as aulas expositivas. O ensino da Filosofia nos ensinos médio e fundamental transmite aos alunos conceitos abstratos que poderiam ser facilmente absorvidos caso fossem utilizados recursos áudios-visuais nas aulas.

No ensino da Filosofia, pode ajudar na concretização dos conceitos abstratos e a visualização de episódios que geraram os marcos da história da Filosofia.

domingo, 17 de agosto de 2008

USO DA MULTIMÍDIA NO ENSINO DE FILOSOFIA - Parte 05

4.2 Lousa eletrônica

Um produto que já está sendo utilizado em algumas escolas do Brasil é a lousa eletrônica fornecida pela Luidia, eBeam Interactive, através da qual é possível interagir com o computador em uma superfície plana (como uma parede ou uma tela branca) fazendo uso de um dispositivo eletrônico de apontamentos. [EB]

sábado, 16 de agosto de 2008

USO DA MULTIMÍDIA NO ENSINO DE FILOSOFIA - Parte 04

4. Utilizações práticas

O uso da multimídia em aulas de Filosofia auxilia na visualização dos conceitos abstratos e permite que o usuário interaja com outros estudantes e professores.
Algumas ferramentas multimídia permitem a aproximação entre o educando e seu objeto de estudo, dentre as quais são destacadas a vídeo-conferência e a lousa eletrônica.

4.1 Vídeo Conferência
De acordo com [RB], esta ferramenta:
  • “Permite ‘em tempo real’ estabelecer contato visual entre os estudantes e o instrutor ou entre estudantes localizados em sítios remotos.
  • Suporta o uso de diversos meios de comunicação: lousa, documentos eletrônicos, escritos à mão e vídeos que podem ser incorporados na transmissão.
  • Permite a conexão com especialistas localizados em outras áreas geográficas.
  • Pode proporcionar acesso a estudantes com um impedimento físico.
  • Fornece um acesso adicional aos estudantes de sítios remotos.”

[RB] ainda tece algumas limitações quanto ao seu uso:
  • “Custos iniciais dos equipamentos, linhas de transmissão e suporte computacional podem ser altos.
  • Os Codec ainda são de fato incompatíveis. Embora os protocolos permitam as comunicações, essas só se realizam até certo grau.
  • Os estudantes remotos podem permanecer desvinculados do curso.
  • A falta de preparo dos vídeos, escritos e documentos; os estudantes podem perder um tempo valioso ao lê-los ou tentar entendê-los.
  • Se a transmissão tem inconvenientes os estudantes podem observar as imagem com fantasmas, mais ainda em tempo real.”

Por outro lado, a multimídia interativa, como método audiovisual, marca a virada no processo pedagógico, pois faz progredir os conceitos de interatividade, autonomia do estudante, interface interativa e uso de metáforas. [PM]

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

USO DA MULTIMÍDIA NO ENSINO DE FILOSOFIA - Parte 03

3. Didática Multimídia

Há um largo espectro de possibilidades e modos para o envolvimento do estudante no processo de aprendizagem. Hammond, citado por [IS] distingue três dimensões: controle, envolvimento e síntese.

3.1 Controle
Controle equivale ao escopo do aprendizado e a limitação de acesso aos recursos materiais e computacionais dos quais o estudante se utiliza. A liberdade de ação varia bastante, desde um esquema de controle passo a passo via instrução programada rígida, via procedimentos de programa ramificados, tours guiados com sequências fixas mas opcionais, até ferramentas de navegação (visão geral, mapas, índices) e completa liberdade para vagar à vontade no hiperespaço.

3.2 Envolvimento
Envolvimento se refere à extensão em que o estudante é envolvido no processo de aprendizagem. Em outras palavras, envolvimento significa em que grau o estudante deve processar o material ativamente em vez de fazê-lo passivamente. Talvez o estudante tenha que resolver problemas, executar experimentos de simulação, participar em jogos de aprendizagem competitivos, ou se ocupar de tarefas externas ao computador.

3.3 Síntese
Síntese se refere à natureza da atividade de aprendizagem. O estudante pode ter permissão apenas para ver apresentações preparadas, ou ele pode ser motivado à fazer anotações, ou podem lhe pedir que crie a própria apresentação usando o material de informação disponível de acordo com suas metas e idéias pessoais.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

USO DA MULTIMÍDIA NO ENSINO DE FILOSOFIA - Parte 02

2. Uso da Multimídia

Para [IS], “a didática de Multimedia é construído principalmente por duas formas de conhecimento:
  • Conhecimento científico de aprendizagem (psicologia, didática) e ciências relacionadas;
  • Conhecimento prático ou experiência de projeto eficiente baseado mais em ensinar e experiência prática de projeto do que em pesquisa científica formal.”

Atualmente, objetivos de aprendizagem são colocados mais freqüentemente no domínio de conhecimento de procedimentos (saber como) e de conhecimento contextual (saber por que, quando e onde) do que no até agora enfatizado domínio de conhecimento declarativo (saber que). Isso significa que a ênfase mudou de conhecimento de fatos para a aquisição de habilidades e estratégias cognitivas (Tennyson, citado por IS)

ESTÉTICA TRANSCENDENTAL DE KANT - Parte 05

Conclusão

O idealismo transcendental kantiano trouxe à Estética o domínio dos objetos que estão entre a razão e o intelecto.

A noção do belo é puramente subjetiva, não trazendo conhecimento sobre o que objeto provoca no sujeito. Já o sublime resulta em um contraste, retirando o espírito da esfera da sensibilidade.

Assim, o belo é carregado por um sentimento que atrai o sujeito e o sublime, que impõe respeito e medo.

O método para o estudo é feito através do tempo e do espaço, através dos quais e dentro do quais os fenômenos ocorrem.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

USO DA MULTIMÍDIA NO ENSINO DE FILOSOFIA - Parte 01

1. Multimídia e o ensino de Filosofia

O processo de aprendizagem vem se reformulando nos últimos anos com a penetração cada vez maior dos computadores e dos seus usuários. Escolas que mantêm as aulas de Filosofia no formato expositivo vêm reavaliando seus procedimentos didáticos face a utilização da multimídia e o aprendizado intermediado por computador.

Multimídia é o nome dado ao conjunto de possibilidades de produção e utilização integrada de todos os meios de expressão e da comunicação, como desenhos, esquemas, fotografias, filmes, animação, textos, gráficos, sons, tudo isso animado e coordenado por programas de computador, utilizando-se de todos os recursos disponíveis para a gravação e reprodução desses elementos. Mais recentemente, possibilitando a interação direta com os seus usuários e sua distribuição via ar ou cabo sem perda de qualidade [Pr].

A utilização da multimídia intermediada por computador em ambientes educacionais tem se tornado cada vez mais constante. Este recurso permite que o educando recupere informações armazenadas em bancos de dados rapidamente, resolva problemas complexos ou execute experiências por simulação, bem como interagir com outros usuários em tempo real, mesmo que distantes fisicamente. A facilidade em criar novas situações virtuais e interagir com ela leva os educandos a vivenciar conceitos abstratos.

ESTÉTICA TRANSCENDENTAL DE KANT - Parte 04

4. Método

Busca os princípios da sensibilidade a priori a fim de buscar a Estética Transcendental.

Manter a sensibilidade, ou seja, “a capacidade de obter representações mediante o modo como somos afetados por objetos”, isolada a fim de possibilitar a intuição empírica buscar a intuição pura (que a sensibilidade oferece a priori), sendo as formas pura de intuição o espaço e o tempo.

Ao objeto indeterminado de uma intuição empírica é dado o nome de fenômeno. Os fenômenos tem uma matéria e uma forma, aquela é descrita como o que no fenômeno corresponde à sensação e esta como a ordenação do múltiplo dos fenômenos em determinadas relações. Assim, a matéria de todos os fenômenos só pode ser dada a posteriori; o que não é o caso para a forma dos fenômenos que estão na mente a priori, e isso faz com que ela seja considerada sem a preocupação com as sensações.

4.1 Espaço

É a forma pura da intuição sensível uma vez que é um dado a priori. O espaço é a condição para que os fenômenos ocorram, não sendo possível pensar em nenhum objeto fora do espaço.

Pois a representação do espaço já tem estar subjacente para certas sensações se referirem a algo fora de mim, e igualmente para eu poder representá-las como fora de mim e uma ao lado da outra e por conseguinte não simplesmente como diferentes, mas como situadas em lugares diferentes. Logo, a representação do espaço não pode ser tomada emprestada, mediante a experiência, das relações do fenômeno externo, mas esta própria experiência externa é primeiramente possível só mediante referida representação”.

4.2 Tempo

É a outra forma de intuição sensível pura pois, para que algo seja dado à percepção é necessária sua sucessão.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

ESTÉTICA TRANSCENDENTAL DE KANT - Parte 03

3. Estética Transcendental

Entende, Kant, que a estética transcendental é a ciência de todos os princípios da sensibilidade a priori.

O intermediário entre a razão (que possui função prática) e o intelecto (cuja função está ligada aos fenômenos) é a atividade de criar juízos estéticos. Segundo [FI], “O juízo estético é uma intuição do inteligível no sensível, não uma intuição objetiva, mas subjetiva. Esse juízo não tem valor cognitivo, não proporciona nenhum conhecimento do objeto que provoca; não consiste num juízo sobre a perfeição do objeto e é válido independentemente dos conceitos e das sensações produzidas pelo objeto”.

Kant diferencia dois tipos de sensações: a representação da uma coisa lógica, ligada a u m objeto (aisthesis) e a sensação ligada aos sentimentos de prazer e desprazer, ligada ao sujeito (estética).

O juízo da faculdade do sentimento é reflexivo e não tem valor cognitivo pois independem do desejo. O prazer do belo é, então, puramente subjetivo, não trazendo conhecimento sobre o objeto que o provoca.[IM]

3.1 O Sublime
Este é um estado subjetivo que deve ser diferencia do belo. O sublime “resulta do livre jogo da fantasia e da razão: daí fundar-se não numa harmonia, mas num contraste; não no equilíbrio de uma forma finita, que supera toda forma particular. O juízo do sublime surge do sentimento, que, em correspondência com uma intuição leva o espírito a retirar-se da esfera da sensibilidade, na qual ameaça perder-se, para refugiar-se em uma ordem pura. Esta sua natureza faz com que o sublime, mais que o belo, elevando o espírito à esfera da razão, o encaminhe à consciência pura da moralidade.” [FI]

Diferenças entre o belo e o sublime: O primeiro inspira alegria e amor enquanto que o segundo, medo e respeito. Assim, o sublime será a verdadeira virtude e o belo é o que nos torna agradáveis e simpáticos para os outros.

E , por fim, Kant entende por intuição pura ou forma pura da sensibilidade aquela disposição que está na mente a priori; o a priori é aqui usado no sentido de inato, ou seja, como aquela estrutura que já nascemos com ela e desconhecemos sua origem.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

ESTÉTICA TRANSCENDENTAL DE KANT - Parte 02

2. Idealismo Transcendental

Kant conciliou o empirismo e o racionalismo, logo no início da Crítica da Razão pura: “Não pode haver dúvida que todo nosso conhecimento principia com a experiência (…) Mas embora todo ele comece com a experiência, não se segue que tudo nasça da experiência.”

A sensibilidade representa apenas representações e assim, temos acesso indireto ao mundo externo. Essas representações são a coisa-em-si, das quais não podemos ter conhecimento. Em Crítica da razão pura há a "A Refutação do Idealismo", de onde surge o seu idealismo transcendental (ou seja, preocupa-se mais com o modo como é feito o conhecimento dos objetos).
“as aparências devem ser consideradas como sendo, todas elas, apenas representações, não coisas-em-si, e que tempo e espaço são, por conseguinte, apenas formas sensíveis de nossa intuição, não determinações dadas como existindo por si mesmas, nem condições dos objetos vistos como coisas-em-si”.

O idealismo transcendental pressupõe uma distinção entre phenomena (aparências) e noumena (realidade inteligível).

2.1 Juízos

Na Crítica da razão pura são encontradas as distinções entre os juízos.

Juízos a priori e a posteriori: são noções epistemológicas para definição de um juizo. Entende-se por a priori como o juízo que independe de experiência; a posteriori é o que depende da experiência.

Juizos analíticos e sintéticos: juízo analítico é aquele em que o conceito do predicado está contido no sujeito. Se o predicado está fora do conceito do sujeito, o juízo é sintético.
Os juízos analíticos são a priori. Já os sintéticos podem ser a priori ou a posteriori

A exposição transcendental é a explicação de um conceito como o princípio a partir do qual se possa compreender a possibilidade de outros conhecimentos sintéticos a priori

domingo, 10 de agosto de 2008

ESTÉTICA TRANSCENDENTAL DE KANT - Parte 01

1. Kant

Immanuel Kant (1724 — 1804) é considerado um dos maiores filósofos da humanidade, sendo responsável pela síntese do Racionalismo e do Empirismo. Sua concepção sobre o transcendentalismo influenciou muitas áreas do conhecimento humano, dentre elas, a Estética.




Ilustração 1: Immanuel Kant


Até sua maturidade, passou a vida como professor universitário e raramente saiu de sua cidade natal na Prússia.

Lançou em 1781 a Crítica da Razão Pura no qual lançou suas bases para a argumentação transcendental. Dentre outras obras destacam-se a Crítica da Razão Prática e a Crítica do Julgamento.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Inteligência humana

O ser humano criou sua história neste planeta a partir do desenvolvimento da sua inteligência, o que lhe permitiu a descoberta de ferramentas, do fogo e das estratégias para utilizar os recursos da Natureza. Desde seu início uma marca constante de nossa raça foi a ousadia e busca pelo melhor.

A evolução das tecnologias e o crescimento exponencial da humanidade levou a demanda por novos espaços e mais riquezas, culminando com muitas guerras, escravizações de povos e lutas entre os impérios. Todas essas intervenções tiveram justificativas baseadas em teorias econômicas, religiosas e sociais. A mesma tecnologia que fora desenvolvida para auxiliar na expansão do entendimento da Natureza sofre aperfeiçoamentos para servir aos interesses bélicos.

A história que nos é entregue é o relato a partir da visão daqueles que venceram os combates e impuseram seus valores à cultura subjugada. Desta forma é necessário que o estudante atente ao fato de que muitas vezes temos uma história parcial e com mensagens subliminares em suas letras.

A justificativa expansionista dos povos levou à muitas distorções do entendimento da Natureza, a ponto de uma minoria dominante julgar quem tinha alma, quem era cidadão e os direitos e deveres de cada pessoa baseados em critérios discutíveis, tais como sexo, cor da pele ou local de nascimento. O que chama atenção é que estes valores foram acatados sem grandes contestações, como se fossem verdades reveladas. Tais nuances levaram à várias formas de se ver o homem durante sua história.

O homem foi visto ora como o centro do Universo, ora como um expectador das vontades da Natureza, ora como o ser criador de sua realidade. Cada pensamento teve espaço de acordo com a cultura do lugar e sua época. Inclusive o conjunto de leis que regem cada povoado ou país reflete os maiores valores dentro de sua sociedade. Nota-se um paradoxo atualmente, no qual temos os sistemas legais elegendo a vida humana como grande valor e simultaneamente temos a reificação das pessoas, ou seja, as pessoas são vistas a partir do ponto do que conseguiram obter do seu grupo em detrimento do que elas fornecem a este grupo. Esta dualidade é comumente analisada de forma fria e discute-se sobre o que é mais valorizado: ser ou ter.

A sociedade manifesta-se de forma clara destacando e pondo em evidência aqueles que contribuem significativamente para a mesma ou aqueles que ostentam muita riqueza ou beleza. Há um certo despreparo das pessoas que julgam-se excelentes porém somente obtém reconhecimento pelo que ostentam. Talvez seja um momento de reflexão, pois a colaboração com a sociedade é pouca, apesar do indivíduo achar que é muita. Assim, caberá a cada um posicionar-se frente a Vida e decidir se deseja ser julgado pelos outros, se deseja mudar sua realidade, se deseja conhecer-se melhor, acumular riquezas, enfim, torna-se evidente de que o indivíduo é responsável por si e somente a ele cabe a responsabilidade de mudar sua realidade ou não. Durante séculos houve a auto ilusão de que entes invisíveis ajudariam os mais fracos (como Deus, Estado, Governo, Sociedade, Sistema, Mercados, etc) mesmo que estes não fizessem sua parte. Porém, o que vimos é contrário; os trabalhos são feitos em pares: é preciso primeiro ajudar a si mesmo para depois estes entes ajudarem cada um.

Esta postura de auto-piedade e vitimismo criou (e ainda cria) disparidades e irracionalidades em todo o mundo chegando ao ponto de termos parte da população vivendo em extrema miséria e não aceitando a ajuda humana, pois a ajuda deve vir de Deus. Outra disparidade reside em dogmas religiosos que lidam com culpa sobre sexo, dinheiro e felicidades materiais, fazendo com que as pessoas entrem em conflitos internos que levam à doenças psicossomáticas, além de perpetuar o estado de aflição e falta de confiança em si mesmos, deixando que outras pessoas tomem as decisões que deveriam ser feitas por cada um. Este imbróglio afasta as pessoas da plena cidadania e as mantém em estado letárgico, servindo de alvo para campanhas eleitorais e devaneios sociológicos. Felizmente, este abuso terá fim quando as pessoas chegarem ao limite do que suportam, nem que leve gerações para isso. Neste ponto, cada qual terá a noção de que são responsáveis pela sua existência e farão o seu melhor para ajudar a si mesmo e seu local de habitação.

A reflexão sobre si mesmo foi deixada de lado durante muitos séculos e hoje em dia os olhos voltam-se para outros valores (alguns estudiosos atribuem essa nova visão à passagem da Era de Peixes para a Era de Aquário) e muitas pessoas têm se interessado pelo auto-conhecimento. Sócrates, filósofo grego, há 2.500 anos já predizia: “Conhece-te a ti mesmo”.

Neste momento de transição há muito questionamento sobre o que se é, o que se quer e o que é a Vida. Frases que foram incutidas por séculos nas mentes humanas estão sendo revistas e expurgadas, denotando um novo local para descobrimento e exploração do ser humano: si mesmo.

O passado é algo só existe em nossas memórias e o futuro ainda não aconteceu. O ponto de poder está no presente, neste ponto do espaço-tempo e podemos contar somente com duas certezas: a certeza da nossa morte e a certeza de que teremos que fazer escolhas. Para cada escolha, uma opção é tomada; para cada opção uma nova realidade é criada. E somos totalmente responsáveis por ela. Talvez leve um certo tempo para essas conscientização seja efetiva, mas ela já está ocorrendo. A paz, tão querida e cantada por todos será plena e verdadeira quando cada um entender a si mesmo, fizer por si e se amar incondicionalmente. Desta forma, a projeção que fazemos psiquicamente sobre o próximo revelará nossos próprios bons sentimentos e não haverá necessidade de guerras, brigas ou eterno acúmulo de riquezas. É necessário confiar no processo da Vida, fazer a parte que lhe cabe a abrir-se para a abundância do Universo. É chegada a hora de utilizar-se a inteligência que nos foi dada.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

O MILAGRE NO PENSAMENTO DE BLAISE PASCAL - Parte 7

3. Conclusão

Pascal, desde sua infância, era conhecido pelo gênio indagador e lógico, exortando suas habilidades matemáticas e filosóficas. É o responsável por várias invenções e pensamentos que chegam até nós como fonte inspiradora para o concílio entre a fé e a razão.

Sua vida foi marcada pela forte influência religiosa e seus estudos dos milagres que ocorreram em sua vida permitiram a ele confrontar as idéias de Descartes. Para Blaise, algumas áreas do conhecimento não são conhecidas apenas pela dedução matemática.

Sua atividade matemática permitiu que houvesse cálculos de valores infinitos, demonstrando como algo pode ser absolutamente grande ou pequeno. Nestas comparações, o ser humano é grande perto do nada, e nada perto do infinito.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

O MILAGRE NO PENSAMENTO DE BLAISE PASCAL - Parte 6

2.2 Prova da fraqueza humana

Pascal fala sobre a fraqueza humana quando inicia a comparação de várias características de nossa espécie, como a duração da vida e o espaço que ocupa, com o infinito.
A comparação surte-lhe tal espanto que uma vida parece apenas a lembrança de uma pessoa que passou um dia hospedada (Memoria hospitis unius diei praetereuntis).

terça-feira, 22 de julho de 2008

O MILAGRE NO PENSAMENTO DE BLAISE PASCAL - Parte 5

2.1 Análise de Milagres

A vida de Pascal foi marcada pelos testemunhos de milagres e o forte sentimento católico. Estes fatos chocavam-se com os paradigmas do pensamento racional vigente.

Na verdade, Pascal foi decisivamente marcado por um acontecimento, que determinou a mudança de sua trajetória espiritual: o "milagre do Santo Espinho". O fato é narrado pela irmã de Pascal, Gilberte Périer: "Foi por esse tempo que aprouve a Deus curar minha filha de uma fístula lacrimal que a afligia havia três anos e meio. Essa fístula era maligna e os maiores cirurgiões de Paris consideravam incurável; e enfim Deus permitiu que ela se curasse tocando o Santo Espinho que existe em Port-Royal, e esse milagre foi atestado por vários cirurgiões e médicos, e reconhecido pelo juízo solene da Igreja". A cura de sua sobrinha e afilhada repercutiu profundamente em Pascal: "... ele ficou emocionado com o milagre porque nele Deus era glorificado e porque ocorria num tempo em que a fé da maioria era medíocre. A alegria que experimentou foi tão grande que se sentiu completamente penetrado por ela, e, como seu espírito ocupava-se de tudo com muita reflexão, esse milagre foi a ocasião para que nele se produzissem muitos pensamentos importantes sobre milagres em geral". [MF]
Outros milagres ainda culminaram com sua forte religiosidade.

Um dia, porém, na ponte de Neuilly, (Pascal) foi vítima de um acidente e começou a sofrer de alucinações, vendo aparecer sempre diante de si um abismo aberto para tragá-lo. Desde então, tornou-se profundamente religioso, renunciou a todos os seus conhecimentos e, passando a viver solitariamente, internado na abadia de Port-Royal, dedicou-se exclusivamente à defesa do cristianismo. [PP]

Diante destes fatos, restava cristalino para Pascal que há verdades que não podem ser atingidas apenas pela ciência e pelos modelos matemáticos. As verdades da alma são conhecidas pelo espírito e outro método, diferente do criado por Descartes, deveria ser utilizado para compreender os milagres.

As análises sobre o milagre são fundamentais no pensamento de Pascal, pois determinam o centro de todas as suas reflexões religiosas e filosóficas: a figura de Cristo, mediador entre o finito (as criaturas) e o infinito (Deus criador). Em função de Cristo, Pascal estabelece a verdadeira relação entre os dois Testamentos: o Antigo revelaria a justiça de Deus, perante a qual todos os homens seriam culpados pela transmissão do pecado original; o Novo revelaria a misericórdia de Deus, que o leva a descer entre os homens por intermédio de seu Filho, cujo sacrifício infunde a graça santificante no coração dos homens e os redime. A idéia central de Pascal sobre o problema religioso é, portanto, a de que sem Cristo o homem está no vício e na miséria; com Cristo, está na felicidade, na virtude e na luz. [MF]

A reflexão promovida por Blaise apresentou Cristo como mediador entre o homem e Deus para que se pudesse reparar a miséria do homem. Essa tentativa de harmonizar o finito com o infinito, faz de Pascal o filósofo do paradoxo. [GF]

segunda-feira, 21 de julho de 2008

O MILAGRE NO PENSAMENTO DE BLAISE PASCAL - Parte 4

2. Apologética

Em sua contemporaneidade, Pascal viveu em um momento no qual o mecanicismo e o racionalismo tornaram o mundo físico bastante frio e mecânico. Porém, ele constata a partir da dualidade humana espírito/matéria que nem tudo pode ser objeto da ciência. Para Pascal, se somos compostos de espírito e matéria, não podemos conhecer perfeitamente as coisas simples, espirituais ou corporais. [HM]

Ao método geométrico de Descartes (esprit de géometrie), Pascal opõe o método afetivo (esprit de finesse); às idéias claras e distintas, as idéias emocionantes; à precisão da razão, o entusiasmo do coração. (Mondin, 1981). Pascal ao falar sobre o coração na sentença: "O coração tem razões que a própria razão desconhece", não se refere exatamente aos sentimentos, mas sim a um tipo peculiar de inteligência. (Gomiero, 1998). O coração está na fonte dos conhecimentos humanos de maior valor, conhecimentos que a razão não pode compreender nem justificar: as verdades da moral, da religião e da filosofia. À razão pertencem os conhecimentos científicos. [HT]

domingo, 20 de julho de 2008

O MILAGRE NO PENSAMENTO DE BLAISE PASCAL - Parte 3

1.2 Influência Religiosa
A forte influência religiosa é detectada na vida de Blaise Pascal a partir de seus trinta anos, quando morava em Ruão e iniciou suas primeiras discussões a respeito da Bíblia, os dogmas católicos e da teologia em geral. Inicia-se a fase apologética de Pascal, quando ele se une aos jansenistas de Port-Royal. Este período de sua vida é marcado pela busca científica da natureza e da razão, o que resulta nas obras Memorial, Colóquios com o Senhor de Saci sobre Epíteto e Montaigne e as Províncias.

Ainda hoje ecoam expressões cuja origem retoma a vida e obra de Blaise Pascal;
A expressão grão de areia de Pascal encontra explicação na seguinte passagem desta obra:
"Cromwell teria destruído toda a cristandade, a família real se teria perdido e a sua se tornado poderosa como nunca, se não fosse um pequeno grão de areia que se introduzira em sua uretra. E até Roma teria tremido sob o seu domínio, se essa areiazinha, que não valia nada em outro lugar, introduzindo-se ali, não o tivesse morto, derrubando sua família e restabelecendo o rei."
Assim, Com aquela locução, se exprime a idéia de que pequenas causas podem acarretar grandes efeitos. [PP]

Blaise Pascal faleceu aos 39 anos, em 29 de agosto de 1662.

sábado, 19 de julho de 2008

O MILAGRE NO PENSAMENTO DE BLAISE PASCAL - Parte 2

1.1 Vida e obra de Pascal

Blaise Pascal nasceu em Clermont-Ferrand em 19 de junho de 1623, filho de Étienne Pascal e Antoinette Bégon. Desde muito jovem chamava a atenção tanto pelas respostas que dava a certas questões e pelas perguntas que fazia sobre a natureza das coisas. Seu pai era matemático e teve grande influência nos estudos de Pascal.

Completos dezesseis anos, escreveu o Tratado Sobre as Cônicas. Seu gênio matemático precoce concretizou-se aos seus dezenove anos, quando inventou uma máquina aritmética, que permitia que se fizessem operações sem lápis ou papel. Este foi o grande considerado um grande marco para a época, pois transformava a máquina em ciência. A construção da máquina foi bastante árdua e levou dois anos de intensos trabalhos para ser completada. A partir de então, houve o comprometimento de sua saúde, que se tornou bastante frágil. [PP]

A partir de 1952 passou a se interessar por problemas matemáticos relacionados aos jogos de dados. Suas pesquisas permitiram a formulação de um cálculo de probabilidades que foi denominado Aleae Geometria (Geometria do Acaso), o que gerou o comumente chamado Triângulo de Pascal (uma tabela numérica que, entre outras propriedades, permite calcular as combinações possível de m objetos agrupados n a n).

Escreveu ainda o Tratado sobre as Potências Numéricas, que aborda o início dos cálculos infinitesimais.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

O MILAGRE NO PENSAMENTO DE BLAISE PASCAL - Parte 1

1. Grande Racionalismo
O período conhecido como Grande Racionalismo clássico ocorreu entre os séculos XVII e XVIII e foi marcado algumas mudanças intelectuais. Há o surgimento do sujeito do conhecimento, ou seja, há a indagação sobre qual é a capacidade do intelecto humano para conhecer e demonstrar a verdade dos conhecimentos e inicio da reflexão sobre a capacidade humana de conhecer. Como é possível ao espírito conhecer o que é diferente dele?

Para os filósofos deste período, isso somente é possível através de sua transformação em um conceito, demonstrável e necessário, formulado pelo intelecto.
A concepção de realidade racional permitiu o advento da ciência clássica, através de relações de causa e efeito. O grande efeito desta postura foi a enorme capacidade de confiança nos poderes da razão humana. [CF]

Neste ínterim surge Blaise Pascal, renomado filósofo cujas obras e reflexões trazem à pauta as verdades que não podem ser deduzidas ou demonstradas apenas com os métodos matemáticos vigentes na época.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

A CONTRA-REFORMA - Parte 5

Conclusões

A contra-reforma foi o movimento católico que vigorou durante a transição entre os períodos Medieval e Moderno a fim de evitar o colapso do sistema religoso cristão. Face ao movimento protestante iniciado por Lutero, a Igreja decidiu firmar suas bases teológicas e adaptar-se ao novo momento histórico.

Durante o momento mais agudo desta transição havia os Tribunais da Santa Inquisição, nos quais filósofos e cientistas eram torturados e mortos pois estavam em desacordo com as linhas cristãs. O humanismo vigente era combatido violentamente com mortes em fogueira e a crianção da lista de obras (Index) proibidas para os cristãos.

Apenas recentemente, através do papa João Paulo II, tivemos a Igreja pedindo perdão pelos erros cometidos naquela época.

terça-feira, 8 de julho de 2008

A CONTRA-REFORMA - Parte 4

O Concílio de Trento

O Papa Paulo III reuniu os representantes máximos da igreja no Concílio de Trento (entre 1545 e 1563). Aqui é mostrada a face mais conservadora e radical da Contra-Reforma, na qual as sólidas bases do Cristianismo foram reafirmadas e expostas. A autoridade do papa é mantida, bem como o valor da tradição dos Santos Padres na interpretação da Bíblia.

Neste concílio também foi criada a Congregação do Santo Ofício que utiliza da Inquisição como instrumento para punir os hereges, além de reprimir e coibir as atividades protestantes ou humanísticas que ocorriam. Outro ponto importante foi a criação do Index Librorum Prohibitorum, mais conhecido como Índice, no qual constavam todas as obras condenadas pela Igreja.

Os avanços científicos e filosóficos eram geralmente censurados e muitas vezes postos à prova através de torturas e formas violentas para repelir qualquer manifestação contra a fé católica. Em [WS] encontra-se a história a respeito da Inquisição em Portugal e na Espanha.

Muitos que mantiveram suas posturas filosóficas e científicas foram torturados e mortos (muitas vezes queimados vivos na fogueira) como Giordano Bruno; outros pensadores, como Galileu, Savonarola, Bruno, Lutero e Erasmo não tiveram o mesmo fim. Roma pôs a obra de Copérnico no Index em 1616 - até que seja corrigida. Galileu, que a retoma, é também ele condenado em 1633.
E, contudo, ela move-se, exclama ele quando do seu processo. Ser-lhe-á fixada residência até ao fim da vida, e hão-de passar três séculos até que seja reabilitado pelo Vaticano. Também próximo das teses de Copérnico, acusado de magia, o filósofo panteísta Giordano Bruno morre na fogueira em Roma, em 1600. Antes dele, ainda em 1533, Michel Servet, teólogo espanhol suspeito de negar o dogma da Santíssima Trindade, morrerá igualmente na fogueira, condenado não por Roma, mas pelo austero magistério calvinista de Genebra.[GB]

Segundo [WS], "A Inquisição foi extinta gradualmente ao longo do século XVIII, embora só em 1821 se dê a extinção formal em Portugal numa sessão das Cortes Gerais. Porém, para alguns estudiosos, a essência da Inquisição original, permaneceu na Igreja Católica através de uma nova congregação: A Congregação para a Doutrina da Fé.

O Papa João Paulo II pediu perdão pelos abusos dos filhos da Igreja que foram algumas vezes cometidos durante os julgamentos da Inquisição. Reconheceu também que é difícil ao homem moderno entender os motivos que levaram a Inquisição a ser necessária para a sua época.¨

segunda-feira, 7 de julho de 2008

[Livros]: DISCURSO DO MÉTODO - RENÉ DESCARTES - Parte 06

Sexta Parte

Descartes fala sobre sua experiência em tentar publicar o tratado que precedeu esta obra e sua dificuldade em materializá-la.

Critica também a filosofia especulativa que se ensina nas escolas, pois seria possível encontrar outras práticas ao e conhecer o fogo, a água, o ar, os astros, os céus e os outros corpos que nos cercam. Seu caminho do “penso, logo existo”, ia de encontro ao que era ensinado nos locais de transmissão de conhecimento. “(...) repassando meu espírito sobre todos os objetos que alguma vez se ofereceram aos meus sentidos, atrevo-me a dizer que não observei nenhum que eu não pudesse explicar muito comodamente por meio dos princípios que encontrara.” (pág. 36)

A CONTRA-REFORMA - Parte 3

Companhia de Jesus

Ignácio de Loyola funda a Companhia de Jesus, que passa a ministrar a formação religiosa e teológica dos fiéis que ingressam nesta ordem, cuja missão foi pregar a palavra de Cristo pelo mundo. Há relatos da pregação por toda a Europa, no Japão e nas colônias portuguesas e espanholas. Aqui no Brasil, os jesuítas catequizaram os índios.

O grande princípio dos jesuítas era "Ad Majorem Dei Gloriam" (tudo por uma maior glória de Deus).[CJ]

Segundo ainda [CJ], "Os jesuítas estão presentes, desde a primeira hora, nos novos mundos que se abrem à atividade missionária da época. São Francisco Xavier percorre a Índia, Indonésia, Japão e chega às portas da China; João Nunes Barreto e Andrés de Oviedo empreendem a fracassada missão da Etiópia; Padre Manoel da Nóbrega e Beato José de Anchieta ajudam a fundar as primeiras cidades do Brasil (Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro)."
As Confrarias e Congregações

Consistiam no convívio entre os padres e os leigos de forma homogênea através do qual existia uma vida religiosa em comum, aproximando as pessoas do dia-a-dia cristão.

domingo, 6 de julho de 2008

A CONTRA-REFORMA - Parte 2

A Contra Reforma

A inovação e a adaptação aos novos tempos marcaram a resposta da Igreja Católica face ao Protestantismo. Foram reafirmados os aspectos básicos do catolicismo, tais como:
  • A visão escolástica da supremacia do Papa e o respeito pelo hierarquia da Igreja;
  • Interpretação da Bíblia privativa dos doutores baseada na tradição
  • Ritos celebrados em latim;
  • A doutrina da presença de Cristo na Eucaristia;
  • Celibato sacerdotal;• Culto aos santos
  • Veneração de Maria como mãe de Deus;
  • Contrariedade à teoria luterana do "servo arbítrio" e a defesa do lívre arbítrio do homem.

Outras medidas foram tomadas para recuperar o abalo ocorrido pelo cisma católico, como a Companhia de Jeus, as Confrarias e Congregações e O Concílio de Trento.

[Livros]: DISCURSO DO MÉTODO - RENÉ DESCARTES - Parte 05

Quinta Parte

Esta parte inicia-se com a convicção de que os sábios poderiam criticar esta foram de pensamento. Um repasse sobre o fino do caminho da dúvida é repassado. Através da analogia biológica entre o sistema circulatório humano muito é acrescentado para a justificativa da existência da alma e da nossa diferenciação em relação aos animais.
“Afinal de contas, eu me estendi um pouco aqui sobre o tema da alma por ele ser um dos mais importantes; pois, após o erro dos que negam Deus, que penso haver refutado suficientemente mais acima, não existe outro que desvie mais os
espíritos fracos do caminho reto da virtude do que imaginar que a alma dos animais seja da mesma natureza que a nossa, e que, portanto, nada temos a recear, nem a esperar, depois dessa vida, não mais do que as moscas e as formigas;” (pág. 33)

sábado, 5 de julho de 2008

A CONTRA-REFORMA - Parte 1

Introdução
A filosofia moderna é marcada pelo grande humanismo e a revitalização do pensamento racional, acompanhados pela consolidação dos estados nacionais. O novo pensamento, com o ser humano no centro deste universo, trouxe a racionalização da ciência e a investigação dos fenômenos da Natureza, sendo questionados os dogmas do período medieval. O rompimento com o sistema feudal tornou propício o avanço do pensamento político e socia. Segundo [EF], ¨a dicotomia básica entre práxis e ética, exemplificada pela oposição entre Nicolau Maquiavel, defensor da primazia da razão de estado, e Thomas More, cujo universalismo ético viu na virtude a base do "estado ótimo", prolongou-se no século XVII em Hugo Grotius, criador do direito natural, e Thomas Hobbes, que justificou o absolutismo como garantia única da ordem social. A difícil conciliação entre necessidade política e lei moral constituiu desde o Renascimento uma questão central na teoria política."

O campo religioso foi perdendo seu espaço no pensamento moderno, principalmente aquele relacionado à teologia cristã. Críticos como Erasmo de Roterdã, autor de Elogios à Loucura e Martinho Lutero, autor das 95 Teses, expuseram a necessidade da reforma da Igreja Católica, até então viciada com o pagamento de indulgências, crimes, fornicações, bebedeiras, jogo pelo clero. Nesta esteira, outros descontentes romperam com a Igreja, fundando uma série de vertente religiosas conhecida como a Reforma Protestante. Henrique VIII, Ulrich Zwinglio, João Calvino e John Wesley são alguns dos nomes mais importantes deste movimento.

A resposta da Igreja a fim de minimizar esta fratura em seus alicerces é conhecida como Contra-Reforma

[Livros]: DISCURSO DO MÉTODO - RENÉ DESCARTES - Parte 04

Quarta Parte

Descartes inicia esta parte dizendo de sua pesquisa da verdade, rejeitando como totalmente falso tudo aquelo que pudesse supor a menor dúvida com o intuito de ver se, depois disso, não restaria algo em seu crédito que fosse completamente incontestável. Porém, logo em seguida, percebi que, ao mesmo tempo que eu queria pensar que tudo era falso, fazia-se necessário que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, ao notar que esta verdade: eu penso, logo existo, era tão sólida e tão correta que as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam capazes de lhe causar abalo, julguei que podia considerá-la, sem escrúpulo algum, o primeiro princípio da filosofia que eu procurava.” (pág. 19)

Observando ao se redor, Descartes observava as coisas que estavam fora dele, como o céu, a Terra, a luz, etc, não tendo dificuldade em verificar de onde viam e que poderia julgar como verdadeiros. Não eram dependentes de sua natureza e assim, ele os formulava a partir do nada. Mas isto é evidentemente impossível, de maneira que tudo isso tenha sido posto nele por um ser mais perfeito do que o dele. Este ser é Deus. Nossas idéias e noções são evidentes e distintas, são verdadeiras pois provêm de Deus.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

[Livros]: DISCURSO DO MÉTODO - RENÉ DESCARTES - Parte 03

Terceira Parte

São anunciadas as máximas de uma moral provisória que Descartes concebeu.

1.) Obedecer às leias e aos costumes do meu país, mantendo-se na religião que lhe foi imputada a partir de sua infância.

2.) Ser o mais firme e decidido em suas ações. Libertar-se de todos os arrependimentos e remorsos que costumam agitar as consciências desses espíritos fracos e hesitantes que se deixam levar a praticar, como boas, as coisas que em seguida consideram más.

3.) Procurar sempre antes vencer a si mesmo do que ao destino, e antes modificar os seus desejos do que a ordem do mundo; e, em geral, a de habituar-se a acreditar que nada existe que esteja completamente em nosso poder, salvo os nossos pensamentos.

Decide, então, Descartes, passar a existência cultivando sua própria razão, progredindo ao máximo que pudesse no conhecimento da verdade, de acordo com seu método criado.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

DISCURSO DO MÉTODO - RENÉ DESCARTES - Parte 02

Segunda Parte

Descartes encontra-se na Alemanha, atraído pelas guerras e tendo tempo para passar o dia fechado, sozinho, em um quarto. Ele conclui que as leis, criadas por um único homem, tendiam todas ao mesmo fim. Analogamente a ciência foi criada não por um homem, mas por muitos, que baseiam-se nas opiniões anteriores. “E acreditei com firmeza em que, por este meio, conseguiria conduzir minha vida muito melhor do que se a construísse apenas sobre velhos alicerces e me apoiasse tão-somente sobre princípios a respeito dos quais me deixara convencer em minha juventude, sem ter nunca analisado se eram verdadeiros.” (pag. 08)

O estabelecimento de método universal é formado com as regras a seguir:

1.) Não admitir nada como verdadeiro a menos que a reconheço como tal, evitando toda e qualquer precipitação ou preconceito.

2.) Dividir cada dificuldade em tantas parcelas possíveis, menores, a fim de melhor solucioná-las.

3.) Iniciar pelos objetos mais simples e ir ascendendo até os mais complexos.

4.) Efetuar em toda parte relações métodicas completas e revisões tão gerais que se tivesse certeza de nada omitir.

O que mais satisfaz Descartes neste método é o fato de que ele poderia usar sua razão da melhor forma que pudesse.

[Livros]: DISCURSO DO MÉTODO - RENÉ DESCARTES - Parte 01

René Descartes (1596/1650) foi filósofo, físico e matemático francês, buscando sempre o rigor matemático e notabillizando-se pelo trabalho na filosofia e na ciência.Também conhecido como fundador da filosofia moderna é considerado como um dos maiores expoentes do pensamento ocidental.

Primeira Parte

Inicia-se com a afirmação de que “inexiste no mundo coisa mais bem distribuída que o bom senso,visto que cada indivíduo acredita ser tão bem provido dele que mesmo os mais difíceis de satisfazer em qualquer outro aspecto não costumam desejar possuí-lo mais do que já possuem”.
Entretanto as maiores almas também possuem grandes vícios e grandes virtudes, sendo então insuficiente ter o espírito bom. Mesmo com grande carga de estudos e viagens, muitas dúvidas ainda estão presentes no pensamento de Descartes. Porém, a certeza e as evidências proporcionadas pela matemática são um deleite para ele.

O melhor resultado para a obtenção de resultados foi a decisão de estudar a si mesmo e de empregar todas as forças de meu espírito na escolha dos caminhos que iria seguir. “Isso, a meu ver, trouxe-me muito melhor resultado do que se nunca tivesse me distanciado de meu país e de meus livros”. (pag. 06)

sexta-feira, 27 de junho de 2008

[Livros]: CRÍTICA DA RAZÃO PURA - KANT - Parte 05

Método

Busca os princípios da sensibilidade a priori a fim de buscar a Estética Transcendental
Manter a sensibilidade, ou seja, “a capacidade de obter representações mediante o modo como somos afetados por objetos”, isolada a fim de possibilitar a intuição empírica buscar a intuição pura (que a sensibilidade oferece a priori), sendo as formas pura de intuição o espaço e o tempo.

Ao objeto indeterminado de uma intuição empírica é dado o nome de fenômeno. Os fenômenos tem uma matéria e uma forma, aquela é descrita como o que no fenômeno corresponde à sensação e esta como a ordenação do múltiplo dos fenômenos em determinadas
relações. Assim, a matéria de todos os fenômenos só pode ser dada a posteriori; o que não é o caso para a forma dos fenômenos que estão na mente a priori, e isso faz com que ela seja considerada sem a preocupação com as sensações.

Espaço

É a forma pura da intuição sensível uma vez que é um dado a priori. O espaço é a condição para que os fenômenos ocorram, não sendo possível pensar em nenhum objeto fora do espaço

“Pois a representação do espaço já tem estar subjacente para certas sensações se referirem a algo fora de mim, e igualmente para eu poder representá-las como fora de mim e uma ao lado da outra e por conseguinte não simplesmente como diferentes, mas como situadas em lugares diferentes. Logo, a representação do espaço não pode ser tomada emprestada, mediante a experiência, das relações do fenômeno externo, mas esta própria experiência externa é primeiramente possível só mediante referida representação”.

Tempo

É a outra forma de intuição sensível pura pois, para que algo seja dado à percepção é necessária sua sucessão.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

BEHAVIORISMO RADICAL - Parte 6

Conclusões

Os estudos sobre a influência do meio ambiente sobre o animais e seres humanos mostraram a clara interação entre estímulos e respostas que modelam seus comportamentos. O mecanismo do Condicionamento Operante permite que a Psicologia veja o comportamento humano como observável, mensurável e controlável.

As descobertas do behaviorismo podem ser utilizadas como um agente de mudança de comportamento na educação, sendo parte integrante e fundamental do processo de aprendizagem.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

[Livros]: CRÍTICA DA RAZÃO PURA - KANT - Parte 04

O Sublime
Este é um estado subjetivo que deve ser diferencia do belo. O sublime “resulta do livre jogo da fantasia e da razão: daí fundar-se não numa harmonia, mas num contraste; não no equilíbrio de uma forma finita, que supera toda forma particular. O juízo do sublime surge do sentimento, que, em correspondência com uma intuição leva o espírito a retirar-se da esfera da sensibilidade, na qual ameaça perder-se, para refugiar-se em uma ordem pura. Esta sua natureza faz com que o sublime, mais que o belo, elevando o espírito à esfera da razão, o encaminhe à consciência pura da moralidade.” [FI]
Diferenças entre o belo e o sublime
O primeiro inspira alegria e amor enquanto que o segundo, medo e respeito. Assim, o sublime será a verdadeira virtude e o belo é o que nos torna agradáveis e simpáticos para os outros. E , por fim, Kant entende por intuição pura ou forma pura da sensibilidade aquela disposição que está na mente a priori; o a priori é aqui usado no sentido de inato, ou seja, como aquela estrutura que já nascemos com ela e desconhecemos sua origem.

BEHAVIORISMO RADICAL - Parte 5

Behaviorismo e educação

Skinner propôs suas conclusões na utilização da Educação, em especial o uso do reforço positivo e recompensas durante o processo de aprendizagem, sendo social e pedagogicamente mais aceitáveis do que o reforço negativo e a punição.
Ele demonstrou que mediante reforços negativos ou punições, o índice de resultados positivos é mais baixo do que com a utilização de dos reforços positivos. Skinner considerava o sistema escolar predominante um fracasso por se basear na presença obrigatória, sob pena de punição. Ele defendia que se dessem aos alunos "razões positivas" para estudar, como prêmios aos que se destacassem.

terça-feira, 24 de junho de 2008

BEHAVIORISMO RADICAL - Parte 4

Tipos de Reforço

O estímulo reforçado foi chamado por Skinner de reforço, ocorrendo a existência de dois tipos de reforços: o positivo e o negativo. O reforço positivo aumenta a possibilidade de que o comportamento se repita e o reforço negativo, que não ocorra novamente.

A punição não deve ser confundida com reforço negativo. Ela está ligada a um desprazer (estímulo) que se faz presente após um determinado comportamento não pretendido por aquele que a aplica, enquanto que o reforço negativo ocorre pela ausência (retirada) do desprazer após a ocorrência de um comportamento pretendido por aquele que o promove.

Um exemplo do aspecto anti-pedagógico da punição, citado por Skinner:

"O pai reclama do filho até que cumpra uma tarefa: ao cumpri-la, o filho escapa às reclamações (reforçando o comportamento do pai). Um professor ameaça seus alunos de castigos corporais ou de reprovação, até quem resolvam prestar atenção à aula; se obedecerem estarão afastando a ameaça de castigo (e reforçam seu emprego pelo professor). De um ou outra forma, o controle adverso intencional é o padrão de quase todo o ajustamento social - na ética, na religião, no governo, na economia, na educação, na psicoterapia e na vida familiar.”

Outro tipo de reforço é a Extinção, que se apresenta quando um estímulo que previamente reforçava a conduta deixa de atuar.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

BEHAVIORISMO RADICAL - Parte 3

O Condicionamento Operante ou Instrumental

O condicionamento operante baseia-se no princípio de que ao apresentar algum reforço agradável após um comportamento, este repetir-se-á com maior probabilidade no futuro.
Esta tese foi confirmada com uma experiência conhecida como Caixa de Skinner, descrita a seguir: um rato foi privado de água durante 24 horas e colocado em um caixa na qual existia um mecanismo que, ao ser acionado, fornecia água do animal.
Com o passar do tempo, o rato acionou este mecanismo e recebeu um pouco de água. Este comportamento (acionar o dispositivo) dava uma resposta positiva do ambiente (água) e com isso o rato passou a ter seu comportamento modificado, fazendo uma ação que não é comum à sua espécie.

[Livros]: CRÍTICA DA RAZÃO PURA - KANT - Parte 03

Estética Transcendental

Entende, Kant, que a estética transcendental é a ciência de todos os princípios da sensibilidade a priori.

O intermediário entre a razão (que possui função prática) e o intelecto (cuja função está ligada aos fenômenos) é a atividade de criar juízos estéticos. Segundo [FI], “O juízo estético é uma intuição do inteligível no sensível, não uma intuição objetiva, mas subjetiva. Esse juízo não tem valor cognitivo, não proporciona nenhum conhecimento do objeto que provoca; não consiste num juízo sobre a perfeição do objeto e é válido independentemente dos conceitos e das sensações produzidas pelo objeto”.

Kant diferencia dois tipos de sensações: a representação da uma coisa lógica, ligada a um objeto (aisthesis) e a sensação ligada aos sentimentos de prazer e desprazer, ligada ao sujeito (estética).

O juízo da faculdade do sentimento é reflexivo e não tem valor cognitivo pois independem do desejo. O prazer do belo é, então, puramente subjetivo, não trazendo conhecimento sobre o objeto que o provoca.[IM]

domingo, 22 de junho de 2008

BEHAVIORISMO RADICAL - Parte 2

Behaviorismo Radical

A criação dos princípios e teoria do behaviorismo radical é atribuída a Burruhs F. Skinner. O termo radical é aplicado pois ele nega a existência de algo que esteja fora do mundo físico (mente, consciência, cognição) e por aceitar todos os fenômenos comportamentais.
O Behaviorismo apresenta três pontos centrais:
  • A Psicologia é a ciência do comportamento, e não a ciência da mente.
  • O comportamento pode ser descrito e explicado sem recorrer aos esquemas mentais ou aos esquemas psicológicos internos.
  • A fonte dos comportamentos é o ambiente (que pode ser inclusive os órgãos internos) e não a "mente" interna individual.
Segundo Skinner, "uma análise científica do comportamento deve supor que o comportamento de uma pessoa está controlado por suas histórias genética e ambiental, e não pela pessoa mesma como agente iniciador e criativo; mas não há aspecto da posição comportamentalista que tenha dado lugar a objeções mais violentas que este. Desde logo, não podemos provar que o comportamento humano como um todo está completamente determinado, mas esta proposição vai fazendo-se mais plausível à medida em que se acumulam os fatos, e creio que há chegado ao ponto em que se deve considerar seriamente suas implicações."

Assim, o comportamento humano é resultado de três processos de variação e seleção:
  • Seleção Natural (genética do indivíduo)
  • Transformação das culturas
  • Condicionamento Operante ou Instrumental

sábado, 21 de junho de 2008

BEHAVIORISMO RADICAL - Parte 1

Introdução

O Behaviorismo (do inglês Behavior), também chamado de teoria comportamental ou ainda comportamentismo é uma área da Psicologia que aborda o ser humano a partir de seu comportamento. Foi iniciada a partir da publicação de A Psicologia tal como a vê um Behaviorista, de John B. Watson, em 1913.

Por comportamento entende-se a “interação entre aquilo que o sujeito faz e o ambiente onde ‘fazer’ acontece”, criando um fluxo entre as ações do indivíduo e as estimulações proporcionadas pelo ambiente.

Os estudos de Watson foram influenciados por Ivan Pavlov, filósofo russo, que descobriu que os cães salivavam não somente ao perceber a comida, mas também quando associam algum gesto ou som à sua alimentação (comportamento reflexo). Estas observações estão ligadas aos mecanismos fisiológicos de animais e seres humanos. Pavlov mostrou que um estímulo incondicionado provoca uma resposta incondicionada; um estímulo condicionado, uma resposta condicionada; e um estímulo incondicionado associado a um estímulo neutro passa a ser condicionado. Esta descoberta é conhecida como condicionamento clássico ou condicionamento respondente.

O comportamentismo vê o aspecto humano de forma objetiva, demonstrando que o comportamento do ser humano é observável, mensurável e controlável, como ocorre nas ciências exatas.

Outra grande contribuição proveio de Albert Bandura, que observou nas situações sociais o aprendizado através da imitação, observação e reprodução dos comportamentos dos outros.
Porém, apenas o mecanismo estimulo-resposta (reflexo) não é suficiente para explicar o comportamento humano como um todo. Nesta linha, surge o behaviorismo radical, que amplia os estudos do behaviorismo.

[Livros]: CRÍTICA DA RAZÃO PURA - KANT - Parte 02

Juízos

Na Crítica da razão pura são encontradas as distinções entre os juízos.

Juízos a priori e a posteriori: são noções epistemológicas para definição de um juizo. Entende-se por a priori como o juízo que independe de experiência; a posteriori é o que depende da experiência.

Juizos analíticos e sintéticos: juízo analítico é aquele em que o conceito do predicado está contido no sujeito. Se o predicado está fora do conceito do sujeito, o juízo é sintético.

Os juízos analíticos são a priori. Já os sintéticos podem ser a priori ou a posteriori

A exposição transcendental é a explicação de um conceito como o princípio a partir do qual se possa compreender a possibilidade de outros conhecimentos sintéticos a priori.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

[Livros]: CRÍTICA DA RAZÃO PURA - KANT - Parte 01

Esta obra é considerada um grande divisor d´águas na filosofia. Kant inicia suas teses através da da distinção entre o conhecimento puro e o empírico. Afinal “Não se pode duvidar de que todos os nossos conhecimentos começam com a experiência, porque, com efeito, como haveria de exercitar-se a faculdade de se conhecer, se não fosse pelos objetos que, excitando os nossos sentidos, de uma parte, produzem por si mesmos representações, e de outra parte, impulsionam a nossa inteligência a compará-los entre si, a reuni-los ou separá-los, e deste modo à elaboração da matéria informe das impressões sensíveis para esse conhecimento das coisas que se denomina experiência?” (pág. 03). Porém, alguns conhecimentos não tem essa origem de forma exclusiva. Assim, nascem os conhecimentos “a priori” (independente da experiência e os “a posteriori” (cuja origem está na experiência).

Segundo o autor, achamo-nos de posse de certos conhecimentos “a priori” e o próprio senso comum não os dispensa.

Kant conciliou o empirismo e o racionalismo, logo no início da Crítica da Razão pura: “Não pode haver dúvida que todo nosso conhecimento principia com a experiência (…) Mas embora todo ele comece com a experiência, não se segue que tudo nasça da experiência.”

A sensibilidade representa apenas representações e assim, temos acesso indireto ao mundo externo. Essas representações são a coisa-em-si, das quais não podemos ter conhecimento. Em Crítica da razão pura há a "A Refutação do Idealismo", de onde surge o seu idealismo transcendental (ou seja, preocupa-se mais com o modo como é feito o conhecimento dos objetos).
“as aparências devem ser consideradas como sendo, todas elas, apenas representações, não coisas-em-si, e que tempo e espaço são, por conseguinte, apenas formas sensíveis de nossa intuição, não determinações dadas como existindo por si mesmas, nem condições dos objetos vistos como coisas-em-si”.

O idealismo transcendental pressupõe uma distinção entre phenomena (aparências) e noumena (realidade inteligível).

domingo, 15 de junho de 2008

A Metodologia Tomista - Parte 10

(b) participação: a doutrina da participação tem importância capital na metafísica tomista; participação é o nome que se dá à causalidade em que o efeito de uma causa recebe parcialmente o que existe de um modo total na causa, como por exemplo, quando se diz que o homem participa da animalidade, porque não exaure tudo o que é a animalidade em sua substância; da mesma maneira Sócrates participa da humanidade, pois sendo o que é, Sócrates não esgota a humanidade em sua substância [In De Hebd.lec2,n24]. As coisas que se diferenciam entre si, se distinguem porque possuem naturezas diversas e as possuem diversas porque as recebem diversamente [CG.I,26]. Cada uma delas participa, a seu modo, segundo o que constitui a sua substância, e o que recebem de perfeição da causa da qual participam e são efeitos [In De causis, pro. 25; De pot.q3,a5].

sábado, 14 de junho de 2008

A Metodologia Tomista - Parte 09

(a) analogia: Como vimos, mediante um nome, os conceitos podem ser utilizados para significar outras coisas. E isso ocorre porque distingue-se o significado de uma palavra, do modo como é utilizado para significar [CG.I,30]. Neste sentido, fica claro que os termos da linguagem, como as palavras e o nomes, nem sempre conservam o mesmo significado. Por este motivo, cabe estabelecer a seguinte divisão: termo unívoco diz-se do nome que significa uma mesma essência, que se diz de uma única natureza, ou seja, a conveniência do nome com a natureza [S.Theo.I,q5,a6,ad3/q13,a10,c/In II Sent. 22,1,3,ad2], como quando se toma o nome coelho para designar a uma espécie de animal e que conserva sempre este mesmo sentido; termo equívoco indica a indução de significar várias coisas por um mesmo nome [C.G.4,49].
É sinônimo de ambigüidade, onde não se toma a similitude entre as realidades, mas a unidade do nome [C.G.1,33]. Equívoco diz-se da não proporcionalidade entre o nome e a essência, ou seja, o nome é comum, mas as subtâncias diversas [S.Theo.I,q4,a2,c], como quando se toma o nome quarto para significar um número ordinal ou um cômodo da casa e, por fim, termo análogo diz-se de algo que comumente se aplica a muitos [In I Sent.22,1,3,ad2], segundo uma comparação por proporção [S.Theo.I,13,a5,c], em que o nome, segundo um significado aceito, é posto na definição do mesmo nome, com outro significado [S.Theo.I,13,a10,c], como quando se toma o nome liberdade para aplicá-lo ao sentido moral ou para usá-lo no sentido penal.
A analogia tem fundamental valor e uso. É a comparação por proporção [S.Theo.I,13,a5,c]; em analogia é necessário que o nome segundo um significado aceito seja posto na definição do mesmo nome, com outro significado [S.Theo.I,13,a10,c], por isso, análogo se diz de algo que comumente se aplica a muitos [In I Sent.22,1,3,ad2]; a analogia pode ser: de proporcionalidade, quando os sujeitos possuem a perfeição significada de modos diversos, mas semelhantes, como por exemplo, ser dito do homem, do anjo e de Deus; de atribuição, quando um dos sujeitos possui a perfeição em sua plenitude e os demais por participação ou de modo derivado, como por exemplo, intelecto dito de Deus e por atribuição do homem e do anjo.

Midiatrix Revelations

A trilogia Matrix, dirigida pelos irmãos Wachowsky, foi adaptada ao universo da televisão brasileira e ganhou novos contornos em sua trama. Em “Midiatrix Revelations”, a Rede Globo assume o papel de vilã da história e, ao invés de as máquinas controlarem a realidade vivida pelos humanos, é a poderosa “Vênus Platinada” que determina em qual “mundo” vivemos.

Veja aqui.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

A Metodologia Tomista - Parte 08

2.4. Analogia e participação
A linguagem analógica ou a analogia, é fundamentalmente a grande inovação tomista. Por ela, tornou-se mais eficiente a comparação entre realidades que aparentemente, muito divergindo em algo acidental, assemelham-se em algo essencial. A linguagem analógica é o fundamento para a afirmação de duas outras importantes doutrinas tomistas: a doutrina da participação, a partir da qual se afirma e demonstra a real existência de algo na criatura que representa à maneira de vestígio, imagem e semelhança alguma perfeição divina e a doutrina do ato de ser que demonstra que o ser representa e confirma, em cada criatura, certo grau de realização de alguma perfeição divina. Este rico vocabulário se alinha, até hoje, nos léxicos e dicionários especializados ou não e, inclusive, guardam parcial, quando não total, semelhança com o sentido metafísico original aristotélico-tomista.
A lexicografia aristotélico-tomista estabelece, guardadas as proporções, uma revolução semântica em linguagem filosófica e teológica. Isso marca, efetivamente, a sua importância e atualidade. Termos como substância, acidente, matéria, forma, privação, ato, potência, causa, princípio, uno, verdade, bem, algo, relação e, tantos outros, enriqueceram ainda mais o leque de possibilidades semânticas de alguns conceitos que mantêm, em alguns casos, o mesmo sentido original em seus usos corriqueiros.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

A Metodologia Tomista - Parte 07

(c) A divisão do ente - o ato: o ente considerado em si mesmo, divide-se em ato e potência [In VI Met. lec.2, n.1171]. A noção de ato indica perfeição, pela qual alguma coisa existe [In IX Met. lec.3, n.1805]. O ato é dito de diversos modos [In IX Met. lec.5, n. 1828-1831]. Com relação à potência ele é anterior [In IX Met. lec.7, n. 1845], mas no que se refere ao movimento e ao tempo, ele é posterior [In VII Met. lec.2, n. 1278; IX, lec.7, n. 1847-1848; IX, lec.8, n. 1856; In XII, lec.4, n. 2480-2481; In XII lec.6, n. 2506]. O ato é sempre melhor que a potência, pois a sua privação é o mal [In IX Met. lec. 10, n. 1883-1885]; diz-se ato primeiro o ser de algo e ato segundo sua operação, que provém do ser. Daí que o operar segue o ser. - a potência: dupla é a potência, a potência ao ser que é da matéria e a potência de operar que é da forma [STh.I-II.q55,a2,c]. Diz-se potência ativa a de operar e potência passiva a de receber algo de outro [STh.I,q25,a1,c]. A potência ativa pode ser imanente, quando permanece no agente e transeunte, quando termina em outro [STh.I,q9,a2,c]. A potência da matéria é princípio de recepção do ser e a potência da substância é princípio de operação. A potência metafísica é a da ordem do ser, como a da matéria à forma. (d) O ser, a essência e a existência: - o ser - temos visto que o ente é o que tem ser [In XII Met. lec.1, n.2419], ato de ser [In IV Met. lec.2, n.556-558], perfeição, pela qual alguma coisa existe [In IX Met. lec.3, n.1805], subsiste e é o que de mais nobre [CG.I,c28,n260/In I Sent.d17,q1,a2,ad3], perfeito, digno e íntimo [De anim. a9/De nat. accid. c.1,n.468] há na natureza da coisa [In I Sent.d33,q1,a1,ad1], como ato de todos os atos [CG.III,c3;C.Theo.I,c.11,n.21] e ato de tudo o que existe e de qualquer forma que venha a existir [Quodl. XII,q5,a1/STh.I,q4,a1,ad3] como substância;- a essência - num primeiro sentido metafísico essência indica a natureza individual da substância e num segundo sentido, agora lógico, indica a qüididade ou essência abstraída pelo intelecto da substância individual. Então, a essência no primeiro sentido metafísico é sinônimo de substância e a essência no sentido lógico é sinônimo de qüididade, ou seja, a essência considerada como conceito, abstraída e na mente [STh.I,q3,a3,c].
Na consideração lógica a essência é o que o intelecto capta da união e composição de matéria e forma [STh.Iq29,a2,ad3]. Por isso, a essência na mente indica o que é comum de muitos [De ente et ess.c2]. Na consideração metafísica a essência é na própria substância a composição de matéria e forma.
Ora, na substância é a forma que dá o ser e é a matéria que o recebe. Em substâncias de mesma natureza é o mesmo ato de ser que determina a perfeição em todas. Mas as substâncias de mesma natureza se distinguem individualmente, umas das outras, pelo modo como recebem o ato de ser em seus supostos. Isto faz com que o ser seja distinto da essência na substância de cada coisa de que é ser. Pautado nisso, afirma-se que ser e essência distinguem-se nas criaturas. Só em Deus ser e essência se identificam [Comp. Th. I,XI]; - a existência - a exisência é o que resulta do último ato, do ato de ser, pois vimos que o ato de ser é aquilo pelo qual algo existe [In IX Met. lec.3, n.1805]. Neste sentido, sem ato de ser, não há existência. Podemos, então, dizer que a existência é a manifestação aqui e agora do ato de ser realizado na substância. A existência torna factual a presença da substância. Sendo assim, a distinção metafísica que há é a de ser e essência e não de essência e existência, posto que metafisicamente falando não há essência que não exista e existência que não tenha uma essência.